Muitos
irão responder: na educação.
Outros na política partidária.
Outros
ainda (estes em menor proporção) na força de mobilização popular. Na
organização social.
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Este humilde blogueiro. |
Mas,
por onde passa a solução? Passa pela educação. Mas a educação dos moldes em que
está não contribuirá para essa tão sonhada mudança. Primeiro, porque como diria
Paulo Freire “seria uma atitude ingênua
esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que
proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira
crítica” e em segundo porque é exatamente por isso que temos uma classe tão
acomodada.
Passa
também pela política partidária. Mas, assim como a educação do jeito que está e
os últimos acontecimentos não nos deixa mentir, não vislumbramos um cenário
animador. A crise de representatividade política salto aos nossos olhos. Os que
chegam como solução nem de longe é, porque já vem corrompido por sistema cruel
de dominação. Outros emergem, mas sequer tem afinidades com as causas sociais.
E se não tem afinidade com as causas sociais não vão desempenhar um bom papel,
mas tão somente servir ao sistema.
Está
nos movimentos sociais? Também. Mas naqueles comprometidos com os menos
favorecidos. Com os sem-terra, com os indígenas, com os homossexuais, com os
negros e negras, enfim... Com os grupos que sempre estiverem à margem do poder.
Não simplesmente lutando por eles, mas com eles. Empoderando-os.
Só
para enegrecer mais, é preciso que não desistamos. Ainda há solução. Na
educação quando esta for capaz de desenvolver a capacidade crítica dos alunos e
alunas e sair dos muros das escolas, mas antes é preciso que os professores a use
(falo da criticidade). Na política, quando tivermos homens e mulheres
comprometidos com as causas sociais, e não simplesmente em chegar ao poder ou
permanecer nele e que o dinheiro não seja mais usado como carro chefe de
campanhas. Utopia? Sim. Mas ninguém vive sem ela. Afinal, ela é necessária
porque expressa a afirmação do humano como chegou a definir Karl Mannheim na
obra Ideologia e Utopia "a desaparição da utopia ocasiona um estado
de coisas estático em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos,
então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável, ou seja o do homem que,
tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê
deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. (...) o
homem perderia, com o abandono das utopias, a vontade de plasmar a história e,
com ela, a capacidade de compreendê-la”.
Ah,
e antes que alguém pergunte. Eu não tenho nenhuma pretensão em disputar
qualquer cargo político. Apesar de afirmar que a solução passa pelas três
esferas elencadas, acredito mais na organização social e ela pode conviver
harmonicamente com as outras duas.