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Neusa e João, pai deste blogueiro, vacinados. (FOTOS/ Daiane Nicolau/ Montagem/ Nicolau Neto). |
Um
estudo divulgado nesta semana concluiu que a vacinação contra a covid-19 salvou
quase 20 milhões de vidas durante o primeiro ano. Os pesquisadores se basearam
em dados de 185 países para construir um modelo matemático, segundo o qual
evitaram-se 4,2 milhões de óbitos na Índia, 1,9 milhão nos Estados Unidos, 1
milhão do Brasil, 631 mil na França e 507 mil no Reino Unido.
Referindo-se
à situação se não houvesse vacinas disponíveis para combater o novo
coronavírus, Oliver Watson, do Imperial College London, que coordenou a
pesquisa, comentou: "'Catastrófica'
é a primeira palavra que vem à mente."
Os
achados, publicados na revista especializada The Lancet Infectious Diseases,
"quantificam quão pior a pandemia
poderia ter sido": apesar de prejudicado por desigualdades
persistentes, o esforço da indústria farmacêutica teria "evitado mortes numa escala inimaginável",
afirma o cientista.
Em 8
de dezembro de 2020 um funcionário de loja aposentado da Inglaterra recebeu a
primeira dose do que seria uma campanha global de imunização. Nos 12 meses
seguintes, mais de 4,3 bilhões tomaram uma das diversas vacinas contra a
covid-19.
A simulação
matemática dos cientistas de Londres indicou, ainda, que outras 600 mil vidas
poderiam ter sido salvas, caso se tivesse cumprido a meta da Organização
Mundial da Saúde (OMS) de inocular 40% da população mundial contra a covid-19
até o fim de 2021.
Acertos e falhas da campanha de
vacinação
O
estudo foi financiado por diversas entidades, incluindo a OMS, o Conselho de
Pesquisa Médica do Reino Unido, a aliança de vacinas Gavi e a Fundação Bill e
Melinda Gates.
Sua
principal conclusão, de que se impediram 19,8 milhões de mortes na pandemia,
baseou-se em quantas mortes excederam a taxa usual de mortalidade durante o
período. Com base apenas nas vítimas confirmadas da doença, o mesmo modelo
indica que 14,4 milhões de óbitos foram evitados.
A
análise publicada pela Lancet não incluiu a China, devido a sua enorme
população e à incerteza quanto ao efeito da pandemia sobre o total de óbitos no
país. Há ainda outras limitações: os pesquisadores não levaram em consideração
como teriam sido as mutações do vírus na ausência de vacinas. Tampouco se pesou
o efeito da presença das vacinas sobre os confinamentos e o uso de máscaras.
Partindo
de uma outra abordagem, um grupo do Institute for Health Metrics and
Evaluation, de Seattle, EUA, chegou a 16,3 milhões de óbitos por covid
evitados. Esse trabalho ainda não foi publicado.
Um
de seus participantes, Ali Mokdad, lembra que a tendência de usar máscaras é
mais forte quando ocorrem mais casos. Além disso, sem as vacinas, a onda da
variante delta do coronavírus, em 2021, teria suscitado medidas oficiais mais
fortes. Mesmo assim: "Podemos
discordar dos números, enquanto cientistas, mas todos concordamos que as
vacinas contra a covid salvaram muitas vidas."
Para
Adam Finn, da Bristol Medical School, na Inglaterra, que não esteve envolvido
em nenhum dos estudos, os achados evidenciam tanto as conquistas quanto as
deficiências da campanha de vacinação; "Embora tenhamos nos saído bastante bem desta vez – salvamos milhões e
milhões de vidas –, poderíamos ter ido melhor, e devemos nos sair melhor no
futuro."
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Com informação do Brasil de Fato.
Mesmo que alguém vacinado se infecte após tomar vacina, a progressão da enfermidade é muito mais branda - ©Evaristo Sa / AFP |
Os
vacinados correm risco menor de desenvolver sintomas de covid longa após a
infecção do que os não vacinados. A conclusão é de um novo estudo preliminar
por médicos da Universidade Bar-Ilan em Safed, em Israel, submetido à revista
científica Nature na terça-feira (25/01).
Os
casos estudados foram da fase inicial da campanha de vacinação, a partir de
março de 2021. Os pesquisadores perguntaram a mais de 3 mil cidadãos testados
por PCR sobre possíveis sintomas de covid-19 no longo prazo. Entre eles, 951
haviam tido uma infecção comprovada.
O
resultado sugere que a vacinação ajuda a enfrentar melhor uma eventual
infecção, que ocorra apesar da imunização. "É outro motivo para se
vacinar", segundo Michael Edelstein, epidemiologista da universidade.
Fundamentalmente,
as vacinas protegem já pelo fato de ajudarem a prevenir infecções. Mas, mesmo
que alguém vacinado se infecte, a progressão da enfermidade é muito mais
branda.
Isso
também se reflete nos efeitos de longo prazo: os vacinados tinham 54% menos
probabilidade de ter dores de cabeça; os sintomas de fadiga eram até 64% menos
prováveis; e as dores musculares, 68% menos prováveis.
A
intensidade dos sintomas observados correspondia aos valores que também haviam
sido relatados pelos participantes do estudo que ainda não haviam sido infectados
pela novo coronavírus.
Covid longa é difícil de determinar
Costuma
ser difícil para os clínicos gerais diagnosticar com precisão a covid longa. Os
pacientes muitas vezes sentem que não são levados a sério, quando reclamam.
Sintomas
típicos como fadiga, cansaço, tonturas, falta de concentração ou dor muscular
raramente são inequivocamente atribuíveis a uma infecção passada. Um estudo
publicado na PlosMedicine em 28 de setembro de 2021, para o qual os
pesquisadores analisaram os dados de 273.618 portadores de covid-19, confirmou
essa dificuldade.
O
estudo concluiu que quase 60% dos infectados ainda apresentavam sintomas após
seis meses. A situação é semelhante à da gripe comum, em que 40% dos
recuperados reclamam de sintomas similares aos da covid longa após seis meses.
No
entanto, as estimativas da frequência de covid longa variam muito, dependendo
da definição dos sintomas típicos. A Sociedade Helmholtz, por exemplo, a estima
em menos de 10%, mas é possível que se tenham considerado apenas os casos
graves como diagnósticos confirmados.
Vacinas também ajudariam contra
resfriado
Pesquisadores
das universidades de Ulm e Amsterdã apontaram outra razão para se vacinar: os
imunizantes contra a covid-19 no mercado também ofereceriam alguma proteção
contra outros coronavírus (hCoV), que geralmente causam resfriados. Além disso,
seriam eficazes contra os patógenos do primeiro vírus da síndrome aguda respiratória
grave (SARS-CoV-1).
A
equipe liderada por Frank Kirchhoff, do Instituto de Virologia Molecular da
Universidade de Ulm, afirma, num estudo publicado em 25 de janeiro na revista
Clinical Infectious Diseases, que "a vacinação leva à neutralização
cruzada eficiente da SARS-CoV-1, mas não da MERS-CoV. Em média, a vacinação
aumenta significativamente a atividade neutralizadora contra [os vírus de
resfriado] hCoV-OC43, -NL63 e -229E."
Cada vez mais recuperados contraem a
ômicron
Enquanto
isso, um grande estudo de saúde britânico mostrou que quase um terço dos que
contraíram o coronavírus de 5 a 20 de janeiro de 2022 já haviam tido covid-19
antes. A variante altamente contagiosa ômicron é atualmente a dominante no
Reino Unido.
O estudo,
que integra o programa de pesquisa REACT sobre o coronavírus, consultou 100.500
indivíduos que haviam se submetido a testes rápidos de antígenos no período. Um
a cada 23 participantes (4,41%) testara positivo. Foi o maior número de
infectados, desde que o REACT começou, em maio de 2020. Em dezembro, a taxa
fora de 1,4%.
Agora,
64,6% dos comprovadamente contagiados informaram já ter tido covid-19 no
passado. Entretanto, como os dados se baseiam em notificações próprias, os
números devem ser avaliados com cautela.
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Com informações do Brasil de Fato.