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Defesa de Liberdade de Lula e garantia dos direitos da classe trabalhadora foram temas do 1º de Maio em Curitiba. (Foto: Mídia Ninja). |
As
ruas de Curitiba (PR) amanheceram coloridas de vermelho nesta terça-feira, 1º
de maio, data em que se comemora o Dia do Trabalhador. Mais de 3 mil pessoas
saíram em marcha pela cidade rumo à Superintendência da Polícia Federal, onde o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso desde 7 de abril.
A
caminhada abriu as atividades de uma intensa programação que se estende até o
final do dia na capital paranaense, palco do maior ato do Dia do Trabalhador
este ano. Pela primeira vez, as comemorações unem sete centrais sindicais e
diversos movimentos populares. Como
pauta central, os participantes elegeram a defesa da liberdade de Lula e a
garantia dos direitos da classe trabalhadora. Sintonizado com as bandeiras
principais do evento, o corretor de imóveis Jeferson Jerep saiu de São Paulo
para participar da programação em Curitiba.
Jerep
faz um balanço do governo Lula (2002-2010) e avalia a prisão do petista como
uma “perseguição política”
relacionada à atuação do líder. “Antes do
governo Lula eu morava na favela. Hoje tenho minha casa e uma profissão. Minha
esposa está terminando a segunda faculdade dela. Isso é a luta por um país
melhor pra todos, por isso que eu estou aqui e vou lutar até o fim”,
completou. Ele considera que a articulação do campo popular segue nos rumos da
construção democrática.
No
encerramento, os participantes da marcha foram acolhidos por cerca de 25 mil
pessoas que se concentravam nas proximidades da Polícia Federal, onde ocorre
diariamente a vigília em defesa de Lula pelos participantes do acampamento
Marisa Letícia.
Um
ato ecumênico também marcou a programação desta primeira parte do dia.
Católicos, evangélicos e anglicanos se aglomeraram numa cerimônia religiosa
marcada pelo combate à cultura do ódio e em defesa de Lula.
A
pastora evangélica Cleusa Caldeira lembrou o assassinato da vereadora Marielle
Franco (PSol-RJ) e a luta da população das periferias por direitos e melhores
condições de vida. A líder destacou ainda a importância do engajamento político
das igrejas. “Não tem sentido a gente
pregar e falar de um Deus que esteja longe do contexto do povo brasileiro, do
sofrimento. Precisamos aprender a sair do templo e acampar e a resistir com o
povo”, defendeu.
Durante
o ato inter-religioso, o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido há 22 anos,
também foi lembrado como exemplo de luta dos trabalhadores do campo por uma
reforma agrária de caráter popular. O padre Dirceu Luiz Fumagalli disse que é
preciso haver união entre as igrejas e o povo. “Seja do campo ou da cidade, da floresta ou das águas, para qualquer
pessoa, trabalhador ou trabalhadora, que se sinta ameaçado nos seus direitos ou
na sua vida, é missão, responsabilidade das igrejas colocar-se a serviço”,
afirmou.
A
programação do 1º de Maio em Curitiba contará ainda com um ato cultural a
partir das 14 horas. O ato político, previsto para às 16 horas, contará com a
presença dos presidentes das centrais sindicais, representantes dos movimentos
populares e parlamentares. O local fica
a aproximadamente nove quilômetros da sede da Polícia Federal, onde Lula é
mantido como preso político, desde o dia 7 de abril. (Com informações Brasil de Fato).