Num
de seus mais admirados discursos da guerra contra o nazismo, Churchill disse: “Não é o fim. Não é nem o começo do fim. Mas
é, talvez, o fim do começo.”
Depois
de apanhar duramente dos alemães de Hitler, a Inglaterra enfim reagira sob
Churchill.
Como
Churchill magistralmente colocou, o nazismo não fora ainda liquidado. Mas alguma coisa mudara na guerra, e
definitivamente, contra a Alemanha.
A
sentença churchilliana pode-se aplicar, agora, à Globo, com o monumental
fracasso de Babilônia.
Não
é o fim da Globo, e nem o começo do fim. Mas é, provavelmente, o fim do começo
do processo de dissolução da casa dos Marinhos.
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Últimas cenas: o tempo das novelas passou. |
Babilônia,
com sua miserável média de 25 pontos, a pior da história das novelas do horário
nobre, é um marco. É um registro da obsolescência da televisão como mídia,
devastada pela internet.
Muitos
teimam em atribuir o desprezo do público à má qualidade da novela, mas é um
erro.
É
como imaginar que uma carruagem, quando os automóveis começaram a dominar as
ruas, vendeu pouco porque seu design era feio.
O
problema é o produto.
Houve
um tempo para novelas no Brasil, mas este tempo passou.
O
interesse do público migrou para as enormes possibilidades oferecidas pela
internet.
A falácia da explicação do Ibope tísico pela má
qualidade se desfaz quando você observa os índices de audiência igualmente
cadentes do Jornal Nacional, para ficar num caso.
Se
fosse um problema meramente de qualidade, o comando do JN teria sido
inteiramente trocado já faz tempo, mas a dupla Kamel-Bonner está firme.
Quanto
tempo até o colapso?
É
difícil precisar. Imaginava-se, no caso das revistas, que elas durariam mais
tempo, como indústria respeitável financeiramente, do que efetivamente
aconteceu.
Quatro
anos atrás, quem haveria de imaginar que a Abril estaria hoje se desfazendo,
como um doente que sofre ao mesmo tempo de câncer e de Alzheimer?
O
público já tinha abandonado a Abril e suas revistas quando, com algum atraso,
os anunciantes fizeram o mesmo.
Aí
acabou.
Provavelmente
é o que acontecerá, em breve, com a Globo. A audiência se foi, e em algum
momento os anunciantes não terão escolha senão partir também.
Babilônia
é um símbolo de que a Era da Tevê terminou.
Não
é o fim da Globo, para repetir Churchill. Nem o começo do fim.
Mas
tem tudo para ser o fim do começo do desmoronamento.
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