O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o ato político do 1º de Maio,
realizado no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, pela CUT, CTB,
Intersindical e movimentos populares, dizendo que está "pronto para a
briga", em referência a notícias que o envolvem com tráfico de influência.
Ele disse considerar "inexplicável", o que chama de receio da elite
de uma possível candidatura sua à Presidência da República em 2018.
Inexplicável porque, segundo Lula, nunca ganharam tanto como em seu governo, assim
como os trabalhadores também tiveram sucessivos aumentos acima da inflação.
Depois de criticar as revistas Época e Veja, chamando-as de "lixo",
Lula afirmou que não abaixaria "a crista" para insinuações e reagiu,
dizendo que vai percorrer o país, e também defendeu a presidenta Dilma
Rousseff.
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Lula falou a milhares de trabalhadores, durante ato unificado de centrais e movimentos, em São Paulo. |
"Estou quieto no meu canto. Mas não me chame
para a briga, que eu sou bom de briga e volto para a briga. Não tenho intenção
de ser candidato a nada, mas tenho vontade de brigar. Aos meus detratores,
agora vou começar a anda pelo país novamente. Vou conversar com os
trabalhadores, os desempregados, os camponeses, os empresários. Vou começar a
desafiar aqueles que não se confirmam com o resultado da democracia",
disse Lula. Segundo os organizadores, o
ato chegou a reunir 50 mil pessoas no Anhangabaú.
Ao
chamar as publicações de "lixo", o ex-presidente disse ainda que há
uma intenção não declarada de "pegar o Lula" com as investigações da
Operação Lava Jato. "Não tem um cara da elite brasileira que não tenha
recebido favor do Estado brasileiro e tenha sido salvo pelo Estado brasileiro.
Cada um olhe o seu rabo antes de olhar para o rabo dos outros", afirmou,
dizendo que não ia "baixar o rabo e a crista" diante de insinuações.
"Sei que vou ser criticado por ser
agressivo, mas pegue todos os jornalistas da Veja e da Época, enfie um dentro
do outro que não 10% da minha honestidade."
Sobre
as tentativas da oposição de pedir impeachment de Dilma Rousseff, Lula disse
que é um ato não apenas contra ela, mas contra milhões de trabalhadores, e
ratificou sua confiança no governo. Segundo ele, é preciso ajudá-la em um
momento difícil. "Daqui a quatro
anos, a gente vai estar comemorando o êxito do mandato da presidenta Dilma, que
vai ser extraordinário."
Lula
voltou a criticar o Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, e atacou a
tentativa de redução da maioridade penal. "Esse projeto está no Congresso
há 11 anos. O que é interessante é que nestes 11 anos ele não tinha andado e
agora foi aprovada quase em tempo recorde." E citou dados de estudo do
Dieese, encomendado pela CUT, que mostram o terceirizado com maior jornada,
menor remuneração e mais exposição a acidentes de trabalho.
Sobre
a maioridade, ele diz que "uma parte
da elite acha que vai resolver os problemas do país mandando para a cadeia
moleques de 15, 16 anos". Para Lula, quem comete crime é o Estado, ao
negar oportunidades aos jovens. "Nós
estaremos cometendo um crime contra o futuro deste país", disse o
ex-presidente, comentando uma possível aprovação da proposta de redução da
maioridade.
Antes
de Lula, discursaram no Anhangabaú os presidentes estaduais do PT e do PCdoB em
São Paulo, Emídio de Souza e Orlando Silva, também deputado federal, e o
presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta. Pelas centrais, os presidentes
da CUT, Vagner Freitas, e da CTB, Adilson Araújo, além do secretário de
Relações Internacionais da Intersindical, Ricardo Saraiva.
A
manifestação no Anhangabaú, organizada por quase 30 entidades, começou às 10h.
O ato político terminou pouco antes das 15h, quando começou a apresentação do
cantor Thobias da Vai-Vai.
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