13 de janeiro de 2025

Com tema sobre herança africana, Enem 2024 registrou apenas 12 redações nota mil

 

(FOTO | Reprodução | Guia do Estudante).

Nesta segunda-feira (13), o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A edição teve o menor número de notas mil na redação nos últimos dez anos. Apenas 12 participantes atingiram a pontuação máxima. Destes, apenas um estudante é oriundo da rede pública.

Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os únicos estados com mais de um aluno que alcançou a nota mil, enquanto Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Distrito Federal registraram apenas um participante cada. Todos os outros estados ficaram sem representantes na lista de redações com pontuação máxima.

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que a nota média da redação foi de 660, representando um aumento em relação à média de 645 registrada em 2023. Antes, o menor registro havia ocorrido em 2022, com 18 redações nota máxima, reflexo dos desafios enfrentados pela educação durante e após a pandemia.

Tema da redação destacou relação da história africana com o Brasil

O tema da redação, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“, evidenciou a urgência de discutir questões históricas e culturais afro-brasileiras em um país onde a formação escolar apresenta lacunas nesse campo. 

A coletânea de textos de apoio fornecida pelo Enem incluiu referências culturais importantes, como um samba-enredo da Mangueira, a imagem de crianças diante de um grafite de Zumbi dos Palmares, um provérbio africano e uma definição de “herança” no dicionário Houaiss. 

Esses materiais ofereceram aos candidatos subsídios para refletir sobre a necessidade de promover e valorizar a herança africana no Brasil, além de expor as lacunas existentes no ensino dessa temática nas escolas brasileiras.

Desafios educacionais persistem

Embora o tema da redação demonstre avanços no reconhecimento da herança africana, especialistas apontam que o ensino da história afro-brasileira ainda enfrenta barreiras. 

Uma pesquisa de 2022 realizada pelo Instituto Alana e pelo Geledés Instituto da Mulher Negra revelou que apenas 21% das redes municipais de educação implementaram efetivamente a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.
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Com informações da Alma Preta Jornalismo.

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