Contrariando
a grande maioria dos espaços de poder que se arvoram do dia internacional da
mulher para reforçar preconceitos e estereótipos, além tecerem falsas
homenagens apenas neste momento, as alunas e alunos da Escola Estadual de
Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce,
rasgaram o verbo e aproveitaram a oportunidade para reivindicar direitos.
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Alunas da Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo promovem reflexão acerca do dia internacional da mulher. Foto: Prof. Nicolau Neto. |
Com
a liderança do Grêmio Estudantil, a escola trouxe para o debate temas que afligem
as mulheres. A violência física e psicológica contra a mulher é real, é
cotidiana. Está nas cidades, nas zonas rurais, nas empresas, nas residências,
nas vitrines de lojas e nas redes sociais.
As
condições de trabalhos e o desemprego também foram frisados. As estudantes
afirmaram que a classe feminina são as que recebem os salários mais baixos,
mesmo exercendo, em muitos casos, os mesmos trabalhos que os homens. Segundo
elas, o Brasil atingiu índices alarmantes de desemprego e ele vem impactando
principalmente as mulheres. Pois são as primeiras a serem alvos de demissão.
Discursos preconceituosos e machistas foram lembrado, como por exemplo, aquele
que afirmar serem elas as causadoras de onerar os setores de trabalhos ao
engravidarem.
As
reformas feitas e as em andamento pelo governo federal também foram alvos do
debate entre os estudantes. A reforma do ensino médio, o escola sem partido e a
reforma da previdência foram trazidas para a conversa, tendo como recorte a
questão de gênero. Se a gente não discutir as desigualdades sociais que
alimentam a sociedade na escola, ela perde o sentido. Precisamos nos posicionar
contra essas atrocidades que estão tentando nos impor. Não queremos morrer
trabalhando e não chegar a aposentadoria, realçaram. O assédio moral, sexual, a
cultura do estupro está em todos os lugares, por isso há necessidade de
estarmos hoje clamando por justiça social, por igualdade de oportunidade e
contra a retirada de direitos, disseram.
Por
tanto, o dia internacional da mulher não é para recebermos flores simplesmente.
É apenas mais um momento, mais um dentre os 365 dias que temos para nos
levantar contra o machismo, o feminicídio, o racismo e todas as formas de crime
que nos inferiorize, afirmaram. Ao mesmo tempo serve para nos inspirarmos nas
lutas de tantas mulheres que perderam a vida na luta por igualdade de
oportunidade, ressaltaram.
Todo
o debate teve a contribuição de alunos que demonstraram maturidade para se
posicionarem sobre temas considerados polêmicos, como a descriminalização do
aborto.
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