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ESTRADA ENTRE CARIRIAÇU E JUAZEITO. FOTO (OCÉLIO) |
Quando
se fala de Seca é comum se dizer que se trata de um fenômeno natural,
caracterizado pelo atraso na precipitação de chuvas ou a sua distribuição
irregular, que acaba prejudicando o crescimento ou desenvolvimento das
plantações agrícolas. Durante muito tempo e, ainda hoje há esse tipo de
pensamento que, por si só não se sustenta mais.
Por
diversos anos, principalmente no Estado do Ceará, uma das principais violências
que a população sofreu (e ainda hoje sofre) foi com a seca. Os governantes do período se apoiaram no
discurso acima, ou seja, a seca como fenômeno natural, para utilizá-la como
instrumento político e de controle social, sem pensar em formas que não fossem
alienantes para diminuir e até, superar de fato, os problemas advindos da seca.
Menos
comum é falar em seca mencionando que os problemas dela gerados são fundamentalmente
uma das piores violências sofridas pela humanidade. Uma vez que só se resolve
os diversos empecilhos da seca se a tratarmos como questão de vontade política.
Essa afirmativa derruba facilmente aquelas mesmices de que o que caracteriza o
nordeste é falta de água. Deve-se frisar que o nordeste é detentor do maior
volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de
metro cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A água existe, todavia o
que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses
volumes, para ao atendimento de suas necessidades básicas. Então, o que falta?
O Blog INFORMAÇÕES EM FOCO conversou a respeito do Assunto com o Professor da Universidade Regional do Cariri, Océlio
Teixeira. Ele critica a falta de organização dos poderes púbicos. “Em pleno
século XXI, o poder público no Brasil (municípios, estados e federação) não
desenvolveu políticas sérias de combate à seca. Estamos vivenciando mais um
período de estiagem que, segundo os especialistas, deve se prolongar. A
vegetação secou, a terra está esturricada, muita gente já passa necessidade de
água e alimentos.” “Até quando?”, indaga o professor. Para ele, os problemas das secas não assustam
mais. Elas se persistem e se renovam.
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OCÉLIO TEIXEIRA - PROF. MESTRE DA URCA |
Se
os problemas das secas não nos assustam, devemos, por outro lado, estranhar as
atitudes dos governantes que também se renovam nesse sentido e assim, cobrar atitudes efetivas na superação desse entrave social.
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