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Seu Sebastião. (FOTO | Nicolau Neto). |
Por Nicolau Neto, editor
Em 30 de julho deste ano o Sítio Carcará, no município de Potengi, na região do cariri cearense, completará 10 anos de reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares que a certificou como comunidade remanescente de quilombo.
Desde
da publicação da Portaria N° 109/2013, de 30 de julho do ano supracitado, que o
Sítio Carcará passou a receber a denominação de Comunidade Quilombola do Sítio
Carcará, configurando uma intensa rede de apoio em prol da efetivação de
direitos como preceitua os artigos 208, 215 e 2016, da Constituição Federal do
Brasil e do Decreto nº 4.887/2003, que visa garantir, além da posse de terras,
uma melhor qualidade de vida aos quilombolas. Este documento trata do direito
desses povos em ter acesso a serviços essenciais como educação, saúde e
saneamento.
Dentre
os apoios recebidos pela comunidade quilombola do sítio Carcará está o do Grupo
de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC) e o da Cáritas Diocesana de Crato que
realizaram um importante trabalho com comunidades rurais de algumas cidades da
Região do Cariri, Estado do Ceará. O material refere-se ao Mapeamento das
Comunidades Rurais Negras e Quilombolas do Cariri.
O
presente trabalho constitui-se importante ferramenta de estudo e, claro, de
suporte didático para serem utilizados nas aulas de História e Sociologia.
Hoje,
com o crescimento acelerado do movimento protestante na região, e
especificamente no território outrora chamado de Xique-Xique e Ibitiara, na
comunidade Carcará também há forte presença desses grupos. Inclusive entre
integrantes do grupo. Resta saber se essa nova configuração afeta o processo de
luta que vem pela frente. Seu Sebastião, um das lideranças do Quilombo, quando
questionado por este professor sobre o assunto foi bem taxativo: "claro
que não". O momento foi fruto de uma roda de conversa com estudantes e
professores/as da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Menezes Pimentel, em
Potengi.
Outro
ponto dentro dessa coletividade é a divisão territorial em que pese a relação
étnico-racial. Uma parte recebe o nome de "branca" e a outra
"negra". Agora pense com seus botões: qual das duas recebe o nome de
favela? Isso reverbera entre os mais jovens.
Está
planejando uma aula de campo para esta comunidade? Não se esqueça de ouvir seu
Sebastião, um dos líderes e de testemunhar a Dança do Toré com Antônia Vieira
(popularmente conhecida por Dona Bizunga). O Toré é um dos símbolos do
patrimônio imaterial da cultura africana e que permanece viva no Carcará.
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