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O "cara de pau" só pode ser o governador de Pernambuco |
Na
festa de comemoração, no dia 10, dos 34 anos de vida, o Partido dos
Trabalhadores parece ter tomado uma decisão importante quanto ao rumo da
batalha presidencial pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Os petistas
indicam que farão do governador de Pernambuco, o presidenciável Eduardo Campos
(PSB), o principal adversário nessa etapa inicial da corrida eleitoral.
Despida
dos rituais da Presidência, Dilma discursou na festa petista com os recursos de
um velho truque de palanque. Mandou chumbo na oposição. Mas entre os
oposicionistas havia um alvo preciso, Eduardo Campos, ao qual se dirigiu sem
dar o nome. Ela falou genericamente aos “pessimistas” descrentes do Brasil.
“Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo
do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou”, atacou a candidata. Quem
primeiro desfraldou a bandeira foi Eduardo Campos. Ex-aliado e ex-ministro de
Ciência e Tecnologia do governo Lula, inscreveu-se com esse prelúdio na lista
de presidenciáveis. Na sequência apoiou-se em discursos a respeito de uma “nova
política” e outras melodiosas aos ouvidos conservadores.
Fazer
de Campos um adversário preferencial não nasce de revanchismo de petistas
gerado pela troca de camisa nem é temor do enfrentamento com o tucano Aécio
Neves. A razão é outra. Os petistas usam conhecida tática comum em certos
momentos do jogo eleitoral. Ela permite ao candidato mais forte escolher o
adversário de sua conveniência.
Tudo
indica que essa possível opção por Campos tem uma lógica guiada principalmente
pelos números das pesquisas. A mais recente, de meados de janeiro, circulou
restritamente por não ter sido registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nela
há somente uma variação. A pequena queda do tucano de 15% para 13%. O
porcentual de Dilma gira em torno dos 43%, onde está empacada. Campos patina em
torno de 8%.
O
confronto com o socialismo maroto do PSB mantém o nome de Eduardo Campos no
noticiário. Dá mais visibilidade e força uma disputa secundária entre ele e
Aécio Neves. Caso Marina Silva assuma a posição de vice na chapa do PSB, como é
esperado no partido dele, talvez agregue ao porcentual de Campos votos
suficientes para superar o candidato tucano.
A
situação de “lanterninha”, a despeito de outros candidatos de menor porte
eleitoral, pode não ser uma situação definitiva para o tucano. O PSDB tem
potencial de votos. Minas Gerais e São Paulo podem ajudar Aécio a retomar a
posição de agora. Entre os eleitores mineiros, ele projeta, com convicção, uma
maioria absoluta. E Marina, as pesquisas já mostraram, tem intenções de voto
bem razoáveis entre os paulistas. A serem confirmados nas urnas, porém.
Esse
tripé do Sudeste, formado pelos três maiores colégios eleitorais do País,
decidirá a peleja entre os dois principais adversários de Dilma. Nessa etapa
também estará sendo definido o curso da eleição.
Haverá
segundo turno? Os números de agora indicam que não. Se a maré mudar, Eduardo ou
Aécio teriam mais condições de apagar a estrela do PT em 2014?
A
Análise é de Maurício Dias e foi publicado originalmente no Carta Capital
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