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2 de novembro de 2025

49% dos estudantes da Escola Padre Luís Filgueiras afirmam que não conheciam as leis 10.639 e 11.645 no ensino fundamental

 

Entrada de Nova Olinda-CE. (FOTO | Professor Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

2025 será o segundo ano em que o 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares, é relembrado e refletido como feriado em todo o país. Mas, mais do que nunca será momento oportuno para destacar que não é um data para ser folclorizada e muito menos para comemorada. Estamos longo disso.

A data servirá para realizar diversas reflexões, principalmente, como já publicado neste espaço, em relação ao que as escolas das redes públicas e particulares do país vêm fazendo durante o ano para cumprir as leis 10.639 e 11.645, de 2003 e 2008, respectivamente. Essas legislações que alteraram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996 (LDB/96), fazem menção a obrigatoriedade do ensino da “História e Cultura Afro-Brasileira” e da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.”

Em 9 de janeiro deste ano a 10.639 completou 22 anos e em 10 de março a 11.645 fez 17 anos. Apesar de tanto tempo a Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) ainda é um objetivo a ser alcançado e um desafio difícil, porém, necessário a ser enfrentado e superado. É o que revelou, por exemplo, pesquisa de 2022 do Instituto Alana e Geledés Instituto da Mulher Negra, que contatou que as leis em análise não são cumpridas em 71% dos municípios.

Conhecimentos das (os) estudantes sobre as Leis nº 10.639 e nº 11.645

Visando verificar se esse cenário teve mudanças dois anos após a divulgação destes dados alarmantes, mas que não surpreende, é que este blogueiro e professor de História e Sociologia realizou junto as 12 turmas que compõem o ensino integral da EEMTI Padre Luís Filgueiras, em Nova Olinda-CE, uma pesquisa sobre os conhecimentos dos estudantes de 1º a 3º ano quanto as leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e sua aplicabilidade no ensino fundamental.

É importante mencionar que alunas e alunas que estão nesta escola estavam no ensino fundamental (7º, 8º e 9º ano) quando da divulgação da pesquisa do Instituto Alana e Geledés Instituto da Mulher Negra.

Em julho deste ano cheguei a divulgar os números parciais foram levantados a partir de um questionário feito no Google Forms, aplicativo do Google. Nesses três meses nada foi alterado. O questionário foi encaminhado nos grupos de WhatsApp de cada uma das 12 turmas, não levando em consideração aqueles/as que estão matriculados/as no período noturno.

Foram feitas duas perguntas visando saber dos estudantes se já conheciam as legislações antes de chegarem ao ensino médio e se elas eram cumpridas, como demonstrado nas imagens abaixo colhidas junto ao Google Forms.

(FOTO | Reprodução | Google Forms).

(FOTO | Reprodução | Google Forms).


49% dos (as) estudantes afirmaram que não conheciam as legislações no ensino fundamental. A pesquisa também perguntava, caso a resposta fosse positiva, se elas eram cumpridas corretamente, ou seja, durante todo o ano letivo e em todos os componentes. Quase metade (49,7%) responderam que não.

Você pode gostar também de Maioria dos estudantes da EEMTI Padre Luís Filgueiras se declara negro, aponta pesquisa.

Tanto os dados nacionais quanto os particulares feitos com estudantes da EEMI Padre Luís Filgueiras, demonstram que é fundamental um compromisso político para que se tenha a implementação integral e assertiva dessas duas leis, não se limitando a abril e novembro e tendo apenas a área de Ciências Humanas como vanguarda.

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