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23 de novembro de 2024

Altaneira tem três comunidades quilombolas reconhecidas

 

Representantes das comunidades quilombolas Bananeiras, Cachimbo e Samambaia. (FOTO | Reprodução | WhatsApp).


Por Nicolau Neto, editor

Na última quarta-feira, 20, dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares, e o primeiro como feriado a nível nacional, Altaneira teve reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares três comunidades quilombolas.

A cerimônia de oficialização das certificações que foram emitidas e publicadas no Diário Oficial da União ainda em agosto deste ano, foi realizada na EEFTI Joaquim de Morais, no Distrito do São Romão, e contou com representantes das três comunidades quilombolas, autoridades políticas, professores, professoras e integrantes do distrito.

As comunidades quilombolas reconhecidas foram Bananeira, Cachimbo e Samambaia, localizadas na zona rural. Conforme o blog destacou, as portarias que deram esse reconhecimento foram publicadas no Diário Oficial da União nas datas de 1° de agosto (Cachimbo) e 19 do mesmo mês (Bananeiras e Samambaia).

Com as documentações, Altaneira entra na lista de municípios do Cariri - a exemplo de Araripe, Jardim, Potengi e Salitre -, com comunidades remanescentes de quilombos devidamente reconhecidas e legalizadas. Com pouco mais de 900 pessoas residentes nos três quilombos, eles passam agora a terem todos os direitos e amparos legais assegurados pelos artigos 215 e 216 da Constituição Federal (CF) de 1988 que se referem à defesa e à valorização do patrimônio cultural brasileiro e afro-brasileiro e à obrigação do poder público em promover e proteger estes patrimônios culturais.

Note-se ainda que “o artigo 68 do Ato das disposições constitucionais transitórias garante a propriedade definitiva de seu território aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras. Com isso, os remanescentes quilombolas passam a ter direito a benefícios sociais, como participação nos programas do governo federal, a exemplo do Minha Casa, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, CRAS Quilombola, dentre outras.” (Blog Negro Nicolau, 2024).

Processo de organização das documentações exigidas pela FCP

O blog foi pioneiro na divulgação das primeiras informações sobre os moradores se autodeclarem como remanescentes de quilombolas, além de indicar os caminhos legais para essa certificação”, destacou o professor Nicolau em seu portal. "Ainda em 2021”, escreveu, "e dois anos depois houve por parte de representantes, liderados pelo professor Robernilson Pequeno, uma série de reuniões para a organização dos documentos para a certificação e, foi desse processo, conforme destacou Diego em seus estudos monográficos sobre a Bananeiras, que houve a separação das comunidades, o que fez surgir mais dois quilombos, o Cachimbo e a Samambaia”.

Em entrevista ao CETV 1° edição, da Verdes Mares Cariri, a pedagoga, professora da URCA e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais (NEGRER), afirmou “que a certificação é importante e é um passaporte para que as comunidades possam acessar as políticas públicas".

Com essas três certificações em Altaneira, sobe para 13 o número de comunidades quilombolas reconhecidas somente no cariri.

Abaixo outras fotos da cerimônia de oficialização das certificações




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