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Centenas de pessoas ocuparam as ruas de Nova Olinda para dizerem não aos cortes de verbas na educação. (FOTO/Aglécio Dias). |
Centenas
de pessoas, entre professores, professoras, estudantes da educação básica e do
ensino superior, agricultores e representações sindicais ocuparam as ruas de
Nova Olinda, na microrregião do cariri oeste, na manhã desta quarta (15) para
se manifestarem contra os cortes de verbas na educação anunciados pelo Governo
Federal e contra a reforma da Previdência.
A
manifestação recebeu a adesão de um grupo de professores (as) da rede estadual
de Ensino de Altaneira e se concentraram na praça ao lado da Escola de Ensino
Médio Padre Luís Filgueiras e de lá saíram em caminhada com paradas alternadas
para discursos. O primeiro a usar a palavra foi o professor e diretor da Escola
Santa Tereza, Paulo Robson que se posicionou contra o bloqueio das verbas na educação. “Nos países mais desenvolvidos se investe em
educação e aqui está ocorrendo o contrário”, disse. No que pese a reforma
da Previdência, ele afirmou que se ela fosse tão boa, estariam incluídos os
militares.
O
presidente do Grêmio Estudantil da Escola Estadual de Educação Profissional
Wellington Belém de Figueiredo, Wellyton Silva, chamou a atenção para o carácter
conservador do governo federal ao tentar desqualificar a área de Ciências
Humanas e defendeu que as disciplinas que a compõem são de grande importância
para a formação do pensamento crítico. A mesma posição foi defendida por Alan
Cordeiro, estudante de ciências sociais (URCA) e acrescentou que o momento é
mais que oportuno para dar o grito contra a retirada de direitos.
Aureliano,
presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Nova Olinda fez menção que
aquele momento se configurava como uma aula. “A aula de hoje na rua”, ponderou e destacou a ausência de
vereadores no ato.
Um
dos momentos mais emblemático foi fala do agricultor Geraldo, 87 anos. “Os
vereadores não estão aqui por que eles são a favor da reforma da previdência e
dos cortes de verbas”, disse.
Também
discursaram as professoras Lucimar Macedo, Ranielda Bernardes, Socorro Matos e
o professor Nicolau Neto.
Além
de destacar a pauta nacional, Socorro Matos aproveitou o momento para cobrar do
poder executivo municipal o pagamento dos precatórios do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) para os professores. “Esse dinheiro é do professor, é da
professora”, argumentou.
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Nicolau Neto durante fala no ato em Nova Olinda contra os cortes de verbas na educação. (FOTO/Aglecio Dias). |
Nicolau
Neto fez uma breve explanação sobre a conjuntura do país com enfoque na
educação. Para ele, todos os governos a nível federal, quando desejam impor sua
vontade mexem na educação e principalmente na área de ciências humanas. “Foi assim quando juntaram as disciplinas de
História e Geografia para formarem ‘estudos sociais’, desqualificando e
desconsiderando as especificidades das disciplinas e dos (as) profissionais que
nelas atuam”, pontuou. Na verdade, disse ele, há muitas pessoas que falam e
discutem educação mas sem propriedade, sem conhecimento de causa e recomendou a
leitura de dois documentos – a LDB/96 e a CF/88 que asseguram que todos as
pessoas têm o direito de ensinar e aprender, discutindo todo e quaisquer
assuntos.
Por
fim, disse que o governo federal elegeu a educação como prioridade ao dizer que
ela é grande culpada pelo fracasso do país. Disse que com os cortes anunciados
o maior patrimônio que o cariri possui em termos de educação é UFCA e esta pode
vir a ter as portas fechadas, prejudicando jovens que não irão ter a
possibilidade de concluírem seus estudos. “A intenção do governo federal é
privatizar o ensino o entregando aos empresários”, disse
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