EEF Antônio Ferreira de Melo. (FOTO | Reprodução | Site da prefeitura de Juazeiro do Norte-CE).
Por Nicolau Neto, editor
Na tarde desta segunda-feira, 23, diversos coletivos com atuação nos estudos afro-indígenas no cariri cearense lançaram nota de repúdio a um caso de racismo sofrido por um estudante de 13 anos em um escola da rede municipal de Juazeiro do Norte.
Segundo
a nota compartilhada inicialmente pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais (NEGRER/URCA), Núcleo de Estudos
Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI/IFCE/Crato) e Coletivo de Pessoas Negras da
URCA/Iguatu, a vítima é um adolescente negro de 13 anos da Escola de Ensino
Fundamental Antônio Ferreira de Melo “que
foi chamado por um colega de sala de 'macaco preto '”.
A
nota destaca ainda que a mãe da vítima e outros familiares afirmaram “que o caso é recorrente na escola com o
adolescente agredido e outras crianças da mesma família”.
Em
contato com o blog, a professora Cícera Nunes, da URCA, afirmou que a denúncia
foi protocolada no Ministério Público, assim como também um registro de boletim
de ocorrência foi realizado. Destacou ainda que além disse estão utilizando a
tv e as redes sociais para dar publicidade ao caso. Cícera relatou também que
hoje irá “acionar os conselhos.”
O
blog é um dos assinantes da nota de repúdio que além do NEGRER, NEABI e do
Coletivo de Pessoas Negras, conta também com o Grupo de Valorização Negra do
Cariri (GRUNEC), Núcleo de Estudos em Educação, História, Diversidade, Etnia e
Movimentos Sociais (NEEHDREM/UFCA), Laboratório Vozes/URCA/Iguatu, Limbo/UFCA,
Laboratório de Geografia Agrária/URCA, Núcleo de Descolonização do
Saber/NEDESA/URCA, Projeto EduCaErê e Projeto Oliveiras.
Confira a íntegra da nota abaixo:
Os Coletivos abaixo relacionados vêm a
público manifestar o nosso mais veemente repúdio à violência racista cometida
contra um adolescente negro (13 anos) estudante da Escola de Ensino Fundamental
Antônio Ferreira de Melo, da rede municipal de Juazeiro do Norte-Ceará que foi
chamado por um colega de sala de “macaco preto”.
Segundo a mãe da vítima e outros familiares,
o caso é recorrente na escola com o adolescente agredido e outras crianças da
mesma família.
Reafirmamos que o Racismo é Crime,
imprescritível e inafiançável e a escola deve ser uma instituição segura para
as crianças e adolescentes, ao tempo que deve cumprir o que determina a LDB
9.394/96 quanto a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana,
afrobrasileira e indígena como política de enfrentamento ao racismo.
Crimes de racismo são inaceitáveis e devem ser combatidos incluindo também a proteção às vítimas da violência. Manifestamos à nossa solidariedade à família e esperamos que os fatos sejam investigados pelas autoridades competentes e que sejam tomadas as providências cabíveis.
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