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(FOTO | Reprodução | Instagram). |
O
novo álbum de Elza Soares, "No Tempo da Intolerância", foi
lançado um ano e meio após a despedida da artista. A gravação foi feita ainda
em 2021, portanto, não se trata de um trabalho feito por inteligência
artificial.
Segundo
a equipe responsável pelo trabalho de Elza Soares, este é apenas o primeiro
álbum póstumo a ser lançado. No entanto, a principal novidade que "No Tempo da Intolerância" traz não
é essa.
“É o primeiro álbum autoral de Elza”,
afirma Pedro Loureiro, empresário de Elza Soares desde 2015, em entrevista a
edição desta sexta-feira (14) do programa Bem Viver.
Sete
das 10 faixas do trabalho foram compostas pela artista, em momentos diferentes
da vida dela. Algumas letras foram resgatadas de um caderno escrito por Elza
Soares ainda nos anos 1980.
“São dois registros, um caderno e uma agenda.
Ela usou uma lista de compras de mercado para construir umas das faixas”,
explica Loureiro, que assina o trabalho como diretor artístico.
As
outras três faixas que completam o álbum foram escritas por Rita Lee (Rainha
Africana), Pitty (Feminelza) e Josyara (Mulher pra Mulher).
“Uma preta não pode ser compositora”
Segundo
Loureiro, desde o lançamento do álbum Planeta Fome (2019), Elza Soares começou
a desabafar com ele: “Elza me dizia que
sempre compôs, a vida inteira. Mas quando chegava na hora de gravar, os
produtores diziam para ela ‘ah, grava essa de fulano, essa de ciclano’ e as
músicas eram descartadas”, relata Loureiro.
“Uma preta não pode ser compositora”,
segundo o empresário, foi essa conclusão que Elza Soares relatava para ele.
Portanto,
"No Tempo da Intolerância" pode ser considerado, de certa forma, um
início de reparação histórica, com uma artista que teve uma das carreiras mais
longevas da música brasileira. Justamente no ano de lançamento do álbum, Elza
Soares teria completado 70 anos de estrada.
O
marco inicial da carreira da artista é considerado a participação dela no
programa de calouros de Ary Barroso, em 1953. Foi nesta oportunidade que ela
pronunciou a célebre frase: “Eu vim do
planeta fome”, ao responder a pergunta de Ary Barroso sobre a origem da
cantora.
Décadas
depois, essa resposta de Elza Soares se tornaria o nome do álbum dela lançado
em 2019, Planeta Fome.
“Elza Soares viveu no tempo da intolerância,
nós vivemos no tempo da intolerância, desde que o Brasil foi ocupado, desde que
o mundo é mundo nós vivemos no tempo da intolerância. A Elza vinha registrando
essas nuances ao longo da vida dela”, explica Loureiro.
Segundo
o empresário, o álbum foi desenvolvido para ser “um conceito, é uma peça, que você dá o play e escuta até o fim. Tem uma
história por trás. Quando você ouvir inteiro vai entender o que a Elza quis
passar, e não no último anos, ou dois anos, nas últimas décadas”.
Mais por vir
O empresário
promete que ainda há muito por vir. Segundo ele, existem outras composições de
Elza Soares que não foram gravadas, e a equipe esta refletindo qual será a
vazão deste material.
Fora
isso, há promessas para produções no audiovisual.
“Nos próximos meses vamos lançar o DVD Elza
ao vivo no Municipal.” O trabalho foi gravado, literalmente, dois dias
antes da morte da artista.
“No final do ano vamos lançar o documentário
produzido por Eric Rocha, filho de Glauber Rocha. É um material incrível, Eric
viajou com a gente por meses, acompanhando diversos momentos históricos da vida
dela e do Brasil”, segue Loureiro.
“E mais pra frente, anos vai ter o filme, de
dramaturgia, em que Taís Araújo interpreta Elza Soares”, promete o
empresário.
______
Com informações do Brasil de Fato.
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