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Legenda: Izolda Cela recebeu apenas 29 votos na disputa interna do PDT; Roberto Cláudio conseguiu 55. Foto: Thiago Gadelha |
A
decisão do PDT de escolher o ex-prefeito Roberto Cláudio como pré-candidato ao
Governo pelo partido em detrimento da atual governadora Izolda Cela tem um
aspecto de ineditismo na história política do Ceará. Em 20 anos, é a primeira
vez que um chefe do Executivo do Estado não disputará a reeleição.
A
última vez em que algo semelhante ocorreu foi em 2002, quando o então
governador Beni Veras – que assumiu após a renúncia do governador Tasso
Jereissati (PSDB) para disputar vaga no Senado – não concorreu à reeleição no
pleito daquele ano.
No
entanto, neste caso, Veras não tinha pretensões de concorrer ao cargo. Após
assumir, ainda em abril de 2002, ele precisou ser operado às pressas para a
retirada de um tumor na próstata. A necessidade de dedicar-se ao tratamento
médico afastou o político do rol de cotados para disputar a reeleição.
No
caso de Izolda, a mandatária – que é a primeira mulher a assumir o cargo mais
alto do Executivo no Ceará – já havia manifestado diversas vezes a intenção de
disputar a reeleição. Ela foi lançada como pré-candidata, assim como Roberto
Cláudio. Além deles, o PDT também lançou o deputado federal Mauro Filho (PDT) e
o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT).
Na disputa interna da sigla, Izolda ganhou força e polarizou a disputa com Roberto Cláudio. Nesta segunda-feira (18), ficou sob responsabilidade do diretório estadual da sigla colocar um fim na disputa. O grupo de políticos decidiu então, por 55 votos a 29, indicar o ex-prefeito de Fortaleza para representar o grupo governista.
INÉDITO
Desde
1998, a reeleição passou a ser permitida no Brasil. À época, no Ceará, o então
governador Tasso Jereissati usou esse direito para disputar novamente o
Governo. Ele foi reeleito e seguiu à frente do Executivo até 2002.
Foi
com a saída de Tasso, em abril de 2002, que o vice-governador foi alçado ao
cargo de governador, mas não chegou a disputar a reeleição. Naquele ano, o
grupo governista lançou Lúcio Alcântara para disputar a sucessão de Beni Veras.
Os tucanos saíram vitoriosos do pleito.
Quatro
ano depois, Lúcio disputou a reeleição – ainda que a contragosto de parte do
PSDB –, mas foi derrotado no pleito por Cid Gomes (PDT).
O
pedetista, que tomou posse em 1º de janeiro de 2007, foi reeleito e ficou no
cargo até 31 de dezembro de 2015, passando o cargo para seu aliado, o governador
Camilo Santana (PT).
O
petista disputou a reeleição em 2018, sendo reeleito com uma votação histórica,
atingindo 79,2% da preferência do eleitorado cearense. Camilo renunciou em
abril deste ano, de olho em uma vaga no Senado Federal, deixando a cadeira no
Governo do Ceará para Izolda Cela.
CAMILO-IZOLDA
O
ex-governador é um dos principais articuladores da pré-candidatura de Izolda
Cela. No último dia 8 de julho, ele manifestou publicamente, pela primeira vez,
o apoio ao nome da colega de chapa.
“Na vida pública sempre busquei ser justo e
leal. Meus irmãos e irmãs cearenses são testemunhas da minha história. Defender
que seja dado à governadora Izolda Cela, do PDT, o direito a buscar a
reeleição, por sua seriedade e competência, é questão de justiça”, publicou
Camilo.
Já
nesta segunda-feira (18), ele lamentou que Izolda não saiu vitoriosa da disputa
interna no PDT.
"Lamento muito que a primeira mulher
governadora do Ceará não poderá concorrer à reeleição, após decisão do PDT.
Siga firme, Izolda! O Ceará tem muito orgulho de sua força e determinação"
CAMILO
SANTANA (PT)
Ex-governador
do Ceará
_______________
Com informações do Diário do Nordeste.
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