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Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução/Redes Sociais). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
A
história tem demonstrado uma falsa dicotomia entre movimentos sociais e filiação
partidária. Essa apartação faz parte de um discurso ideológico disseminado
pelas elites econômicas a partir de suas estruturas de poder e comunicação, o
que incluir as ONGs de caridade, órgãos
públicos, instituições religiosas e os mais diversos movimentos sociais de
direita, entretanto, esse discurso também reverbera no seio das organizações de
esquerda.
Na
historiografia republicana brasileira, os comunistas, são provas incontestes
desse discurso perverso da classe dominante. A disseminação do ódio, mentira e
perseguição aos comunistas ocorre desde 1922, quando foi criado no Brasil, o
Partido Comunista. Apresentados como terroristas, inimigos da família,
anticristos e bagunceiros, dentre outros adjetivos, foi alicerçado o
preconceito e a violência (mundialmente) contra os comunistas.
O
que esconde esse discurso de aversão às organizações partidárias, em especial,
aos comunistas? Afastar a influência política dos partidos nos movimentos
sociais ligados à classe trabalhadora, criando uma falsa ideia de que
movimentos sociais e os partidos políticos
são questões distintas e antagônicas.
Os
partidos políticos ligados à classe trabalhadora são uma constante ameaça aos
interesses de dominação e manutenção do poder da classe dominante. Esse é o
princípio que alimenta a o discurso anticomunista e de enfraquecimento das organizações de luta
do proletariado.
Os
partido políticos de esquerda tem uma historicidade de se organizar nos
movimentos sociais que aglutinam a classe trabalhadora, como é o caso das
associações de moradores, sindicatos, movimentos identitários, pontos de
cultura, entidades juvenis e
estudantis, com o propósito de contribuir
para o processo de fortalecimento da luta pela emancipação humana e transformação
social. Eis o que motiva a preocupação e o combate da classe dominante ao
alinhamento dos movimentos sociais e aos partidos políticos.
O
alinhamento entre movimentos sociais e partidos políticos incide diretamente na
disputa dos espaços de poder. A representação parlamentar no Brasil tem
evidenciado a distância entre as pautas dos movimentos sociais e a baixa
representatividade dos seus representantes nos parlamentos e ao mesmo tempo
aponta que hegemonicamente os eleitos são chancelados pelo poder do capital.
No
Brasil recente, onde o discurso anticomunista
volta a torna novamente, a fala
antipartido ganha força, inclusive na esquerda de caráter identitária e
liberal, mesmo sem perceber reproduzem um discurso que historicamente é
professado pelo integralismo, a feição brasileira do fascismo no país. Foi o
que ocorreu nas manifestações de 2013 que deu impulso ao golpe em 2016 e o
movimento “Ele Não” em 2018, que mesmo com a sua importância no combate ao
Bolsonarismo, demonstrou força o caráter discursivo do “movimento independente
e pluripartidário”, em outras palavras, o antipartidarismo foi algo presente
neste movimento.
Ideologicamente
a elite econômica apresenta para a classe trabalhadora que ter partido é um
atestado de crime. Entretanto, essa mesma elite fortalece os seus partidos e
suas organizações de disputa de poder.
A
classe dominante falseia inclusive as palavras para afastar o povo dos
processos de organização e compreensão
de relações de opressão e exploração.
Política e político são apresentados por outro nome: cidadania e
cidadão, não por acaso, é como se tratasse de outra coisa, é como querer
separar a língua da boca. Constantemente somos bombardeados de ideias que
subvertem a realidade e a verdade e isso não é natural.
Separar os movimentos sociais e os partidos políticos é favorecer a divisão da classe trabalhadora e contribuir com o processo de manutenção e o revezamento de poder das forças políticas que dão sustentação à ditadura do capital.
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