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(FOTO/ Carlos Penteado). |
No povoado de Barra do Tarrachil, em Chorrochó, no extremo Norte da Bahia, 650 alunos da rede municipal, entre eles quilombolas e indígenas, usaram a plataforma de aprendizagem ativa Cloe, no ensino em sala de aula e online nas disciplinas à distância, durante o ano de 2020.
A
metodologia de ensino da plataforma permite a adaptação do conteúdo às
tradições e contempla a diversidade da região. Em 2021, o projeto será ampliado
para a cidade de Abaré, perto de Chorrochó, para atender mais 400 crianças do
povo Tumbalalá.
“Na escola da aldeia, a gente já desconstrói
o ensino chamado convencional para fortalecer o ensino com as especificidades
indígenas. Com a pandemia e a suspensão das aulas, os meus filhos foram
matriculados na escola de Chorrochó para as aulas remotas”, conta Cecília
Lopes Marinheiro, 43 anos, mãe do Isaque (9) e da Samy (7), do povo indígena
Tumbalalá.
Cecília
é coordenadora pedagógica em Abaré e acompanhou o período de aprendizagem
online dos filhos, que estão no 3º e 1º ano do ensino fundamental,
respectivamente. “É um modelo que destaca
bem a diversidade. Depois de ler os textos e ver os vídeos, desenvolvemos
juntos as atividades”, relata.
Com
a plataforma os alunos tiveram contato com uma linguagem que aproxima aula com
o cotidiano na aldeia. “No ensino remoto
é importante a participação do pai e da mãe para que a nossa identidade não
desapareça no meio da aceleração de informações e conhecimentos. Eu tive o
cuidado para que os meus filhos pudessem estudar fora da aldeia, mas com um
conteúdo que fizesse conexão com a nossa história e a nossa ancestralidade”,
detalha Cecília.
Para a coordenadora pedagógica, é muito importante ter uma interculturalidade no trabalho dos professores indígenas, para mostrar o que é do próprio povo indígena e os novos conhecimentos.
Isaque e Samy, segundo a mãe, gostaram do conteúdo com questões culturais. “Ficou mais fácil de fazer a atividade porque tinha, por exemplo, dados sobre alimentos de várias culturas”, pontua.
Mesmo na aldeia, as crianças ficaram mais tempo dentro de casa por conta da pandemia da Covid-19. “A minha filha reclamou de ter ficado ansiosa por passar muito tempo dentro de casa. Havia um conteúdo na plataforma, justamente para o primeiro ano que é a turma dela, que tratava de ansiedade em crianças e foi muito bom”, compartilha Cecília.
A
plataforma Cloe foi desenvolvida pela Camino Education, que apoia escolas e
educadores em diversos países.
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Com informações do Alma Preta.
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