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(FOTO/ Paulo Valadares/ Câmara dos Deputados). |
Apesar da pressão dos partidos de oposição e dos profissionais de educação para barrar o o projeto de lei (PL 5.595/2020) que tenta forçar a reabertura de escolas durante pandemia ao colocar a educação presencial como “serviço essencial”, o PL foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20).
Por
276 a favor e 164 votos contrários o texto foi aprovado. Apenas PT, PSB, PDT,
PSOL, PCdoB e Rede foram contra o texto. Republicanos, Solidariedade e
Democratas liberaram as bancadas. Os demais, incluindo PSL, PSDB, Novo e
Cidadania, foram favoráveis. O PV foi o único que não orientou.
O
projeto declara a educação básica e a superior, da rede pública e privada de
ensino, em formato presencial, como serviços e atividades essenciais, inclusive
durante o enfrentamento de pandemia, de emergência e de calamidade pública. O
texto é de autoria de Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Adriana Ventura (Novo-SP)
e teve como relatora da matéria a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP),
que não integra a Comissão de Educação da casa nem qualquer frente parlamentar
sobre o tema.
Além
de forçar a volta às aulas, o projeto inibe o direito à greve dos profissionais
de educação.
A
deputada federal Rosa Neide (PT-MT), integrante da Comissão de Educação e
coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao
Profissional da Educação, criticou duramente o projeto. “Não à morte, sim à
vida. Não à obrigatoriedade, querer obrigar que os profissionais de educação
vão para as escolas sem as condições necessárias e querer usar da dor da
população para tirar o direito à organização e movimentação sindical dos profissionais
da educação”, afirmou.
Rosa
Neide destacou que diversas entidades, como a União dos Dirigentes Municipais
de Educação (Undime), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), eram contra a
aprovação.
A deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-GO), relatora do Novo Fundeb na Câmara e presidenta da Comissão de Educação, também criticou o PL. “Dizer que a educação é essencial é extremamente importante, mas chamo a atenção para as condições e para qual é a proposta desse projeto, que coloca a educação como objetivo do retorno às aulas. O retorno às aulas seguro, certamente, é nossa meta, meta dos profissionais de educação, mas cada município e cada escola, a partir do seu protocolo e da sua realidade, construa condições para esse retorno”, declarou.
Parlamentares
também criticaram a declaração dada pelo líder do governo, Ricardo Barros
(PP-PR), durante entrevista à CNN Brasil. Barros disse que o professor “não
quer trabalhar”. “É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores
causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O
professor não que se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso,
está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, disse o deputado à
CNN Brasil, ignorando as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de
educação que tiveram que se desdobrar durante a pandemia.
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Com informações da Revista Fórum.
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