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(Imagem puramente ilustrativa/ reprodução/ Altamontanha). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Catar palavras para recortar histórias de encantos, daqueles que duram menos que uma noite inteira, é vasculhar num dicionário desconhecido, é cavar no redemoinho dos pensamentos e inquietar a vontade curiosa, se bem que curiosa poderia ser uma bicicleta para percorrer caminhos e sentir o vento soprando os cabelos e nos mostrando as cores e outros horizontes, as curvas dos sorrisos e dos olhos.
Recortar
histórias pode caber em várias pedaços, como aqueles pedaços que a gente guarda
dentro do livro e se espalha em lágrimas quando ver, ou aqueles pedaços que
estão tão distantes, mas que parecem tão próximos como a boca da língua.
Papel
a gente recorta de todo jeito, consegue até fazer imagens com simetria, já as
palavras e seus encontros são imprevisíveis, apesar puderem ser previsivelmente
chatos, como a padronização eletrônica do atendimento, onde uma voz artificial
repete as mesmas palavras sempre.
Recortar
histórias de encanto durante a noite, merece luminária para trançar os olhares,
um crochê cor rosa para sentir a textura dos abraços das linhas e uma cafeteira
para esquentar as conversas.
Parece
que as paredes brancas guardam segredos da nossa delicadeza e testemunham o
desejo ocupado na casa cheia de nós, quando nós não é mais que um e mesmo assim
é uma composição cheia de gente, onde recortar histórias pode ser uma
redescoberta do prazer.
Recortar
histórias não é fazer ladrilhos. As histórias e os ladrilhos têm seus afetos e
matemáticas diferentes.
Os
ladrilhos podem compor as noites de encantos para conjugar os encontros
possíveis. Pode ser também recortes de Matisse em que as formas simples ganham
grandeza para olhar.
Os
óculos faziam cafuné de sedução. A noite quase atravessava o amanhecer, quase
claro como olhos verdes, de uma esperança recortada.
Pois
é, parece que algo acordou dormindo, deve ser a persistência em acreditar.
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