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Josyanne Gomes. (FOTO/ Arquivo Pessoal). |
Por Josyanne Gomes, colunista do Blog
Vivemos tempos de incertezas, de dúvidas e (des)informação. E não falo isso por achismos ou baseada em teorias conspiratórias. Basta, qualquer uma/um de nós pararmos um pouquinho do nosso tempo, para realizarmos uma busca rápida em canais educativos no YouTube, ou mesmo em portais de Universidades e Google Acadêmico, e confirmar que as palavras chaves como (In)Certeza, (Des)Informação e Dúvidas ou Questionamentos e Questões aparecem com frequência, nas falas de professores e pesquisadores sérios que se dedicam aos estudos.
Não se trata
somente de uma linguagem que está na moda ou em alta, falar sobre temores
pessoais e questionamentos políticos, se tornou questão de ordem na pauta das
nossas relações sociais. E esse debate marca uma característica da geração que
vivemos, é antes de tudo um diferencial do nosso tempo. Bem como, marca também
localização social, status financeiro, capital cultural, processos históricos e
contextos sociais.
A informação
hoje em dia possui um viés mais democrático no sentido de acessibilidade,
qualquer pessoa que tenha um celular com acesso à internet em mãos, é capaz de
ter contato com o mundo. Isso acontece porque nós vivemos num sistema
capitalista, na fase tecnológica, ou da revolução de mídia social. Se por um
lado, ter acesso a (in)formação em tempo real sugere uma fantasia de poder e de
identidade, por outro lado, é necessário saber de qual fonte esse sistema está
se alimentando para projetar essa energia em massa que parece sustentar tanta
gente ao mesmo tempo.
A rapidez com
que as notícias são propagadas nos dias de hoje é assustadora, e muitas vezes somos
simplesmente bombardeados/as com uma avalanche de matérias em vídeos, fotos,
textos e áudios. Os recursos de comunicação são diversos e ganham corpo e
conteúdo a cada dia que passa, mas será que realmente tudo que consumimos passa
por um filtro? Será que estamos de fato sendo alimentados ou apenas engolindo
uma série de baboseiras que não passa de enchimento de linguiça e pedantismo
barato? Ademais, há de se questionar também, o propósito de alguns veículos midiáticos,
para que servem? Há quem servem? E com qual finalidade servem?
Como bem sabemos
e ouvimos falar nem tudo que lemos e ouvimos é confiável e seguro, isso me
lembra um termo que ficou muito famoso mundialmente – Fake News, sua
tradução literal significa notícias falsas. O termo Fake News ganhou
força mundialmente no ano de 2016, com a corrida presidencial dos Estados
Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram
compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.
Contudo, este
termo e seu significado se ampliam para além das notícias vinculadas a esfera
política. Vemos diariamente famosos, celebridades entre outras personalidades
públicas serem alvo de notícias falsas ao seu respeito. O que, por sua vez,
caracteriza abalos emocionais e danos psíquicos irreversíveis para quem é
vítima desse tipo de violência. Para além de prejuízos individuais, os danos
que as Fake News podem causar se estendem para o campo coletivo também.
Um exemplo
prático desta situação é o movimento anti vacina, que dissemina falsas informações
sobre a epidemia da Covid-19, e pretende justificar de forma banal e anti científica
os motivos para não se vacinar contra o Corona vírus. Enquanto de um lado,
temos pessoas com poder aquisitivo que usam de sua influência midiática e status
social para legitimar o não uso da vacina, através de informações manipuladas
com viés político e ideológico, afirmando que a vacina não seria segura,
pegamos no flagra esses mesmos sujeitos furando filas para serem vacinados o
quanto antes.
Por outro lado,
existe uma luta incansável e irredutível dos profissionais de saúde, cientistas
e pesquisadores comprometidos com a ciência, que entendem que a vacina é
necessária e, portanto, seu uso é preciso e só tende a trazer benefícios para a
coletividade como um todo. Desse modo, muitas pessoas ficam se perguntando sobre
qual lado escutar e seguir, sobre quem estaria do lado da tão sonhada verdade.
A resposta deve
ser coerente e lúcida, é necessário que a Educação intervenha nessa hora. Não
podemos mais comprometer a vida de milhares de pessoas por causa de caprichos da
indústria das Fake News, não podemos deixar nos manipular tão facilmente
por mensagens via whatsapp, ou seja, lá qual for a rede social mais usada pela
massa. É urgente e preciso que a gente volte a querer estudar, pesquisar, e
assim saber distinguir entre o que é real e aquilo que não passa de conversa
fiada.
Este texto é um apelo para que nós possamos deixar de sermos tão egoístas e começar a pensar um pouquinho no próximo. Tomar a vacina vai salvar não só a sua vida, mas a de quem você ama e daqueles que você precisa diariamente. Pense nisso. Converse com pessoas sérias que estudam e pesquisam, pare de dá atenção para correntes de whatsapp e similares que te fazem perder o tempo e ficar na alienação. Não fechem os olhos antes da hora! A solução que você tanto clama começa por você.
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