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(FOTO/ José Eduardo Bernardes). |
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aposta em mudanças na correlação de forças do continente americano em 2021. "Já começaram a soprar os ventos favoráveis dos Andes", disse o economista de formação em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.
"Vamos ter eleições em fevereiro no Equador,
depois no Peru e depois no Chile. As forças progressistas vão ganhar essas três
eleições, e isso vai então alterar a correlação de forças na América Latina.
Praticamente vai ficar apenas o Brasil como um governo direitista",
explicou Stedile.
"Aqui para o Brasil, a correlação de forças a
gente muda com a luta de classes", receitou. "Estou confiante que assim que conseguirmos
universalizar o acesso à vacina, isso vai nos dando capacidade e espaço para
mobilizar, fazer lutas de massas, alterar a correlação de forças."
Quando
Stedile fala em alterar a correlação de forças, pensa em abrir caminhos para a
Reforma Agrária Popular, o projeto de país do MST. O ano de 2020, porém, foi de
ações contundentes contra a luta pela terra no campo brasileiro.
Entre
outros eventos, o período ficou marcado pelo despejo violento de 56 horas de
duração no acampamento Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas Gerais, que ficou
para a história como o mais longo do século 21 no Brasil.
Também
em 2020, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) negou o auxílio emergencial
a agricultores familiares durante a pandemia de covid-19. A este cenário,
somou-se ainda o aumento da violência no campo, de acordo com números da
Comissão Pastoral da Terra (CPT): um crescimento de 1.880% de ocorrências em
relação a 2019.
Para
Stedile, Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, são
legítimos representantes do "latifúndio
atrasado" – "que só acumula
se apropriando dos bens da natureza" –, mas, em compensação, entregou
seu ministério da Agricultura para o agronegócio exportador, mais moderno mas
igualmente predatório – que também agride o meio ambiente, depende do uso
ostensivo de veneno e não paga impostos.
Como
contraponto aos dois modelos muito bem representados pelo governo federal,
Stedile explica o caminho da agroecologia e do cooperativismo. Também analisou
o resultado das eleições nacionais e fez projeções para o 2021 que se aproxima.
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Com informações do Brasil de Fato. Clique aqui e leia a entrevista na íntegra.
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