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Governo Bolsonaro banaliza a morte dos mais vulneráveis, disse Lula. (FOTO/ Reprodução/ TVT). |
Ao
propor “um novo contrato social”,
contra “acertos políticos “feitos no
andar de cima”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma
mensagem para a classe trabalhadora e para os que mais estão sofrendo durante a
pandemia. A defesa da soberania foi o eixo central do seu pronunciamento nesta
segunda-feira (7), dia da Independência do Brasil.
“Lula fez a defesa de um Estado que possa se
colocar a serviço da população. E não a serviço dos mais ricos ou dos
interesses internacionais”, afirmou o professor do departamento de Ciência
Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Wagner Romão, em
entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (8).
Em
contraposição, o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso “bélico”, contra inimigos internos e
externos imaginados, comemorando, mais uma vez, o golpe de 1964. Trata-se de
uma visão “antiquada e “atrasada” de
soberania e patriotismo, segundo Romão.
“O que fica evidente é que o patriotismo de
que Bolsonaro e seus seguidores tanto falam tanto é oco e vazio”, criticou
Romão, destacando a “subserviência”
do governo brasileiro aos interesses dos Estados Unidos. Por outro lado, o
presidente se diz nacionalista, mas atacas as estatais, ameaçando privatizar os
bancos públicos, a Eletrobras e, até mesmo, a Petrobras.
Fim da conciliação
O
abandono do discurso da conciliação, que marcou o governo Lula, se deve às
mudanças do contexto político atual, segundo Romão. O golpe do impeachment de
2016 e a guinada conservadora do atual governo marcam a ruptura das elites
brasileiras com o projeto de inclusão social definido na Constituição de 1988.
Por
outro lado, Lula destacou os impactos da pandemia sobre os mais pobres e a
opressão policial sobre a população negra. Ressaltou a violência que se abate
contra as mulheres, LGBTs, indígenas e também sobre o meio ambiente.
Algumas
dessas questões foram alvo de críticas durante a gestão petista. Seria,
portanto, uma espécie de reconciliação do ex-presidente com esses segmentos
insatisfeitos à esquerda. Mas os ataques a eles se aprofundaram no governo
Bolsonaro.
“O que está na cabeça do Lula é que, pelas
circunstâncias colocadas, é preciso fazer uma opção mais radical por aqueles
que mais precisam, que estão sofrendo mais nesse momento”, afirmou Romão.
Disputa eleitoral
Para
o professor, ao se colocar “à disposição
do povo brasileiro”, Lula não apenas se insere no tabuleiro da sucessão
presidencial de 2022 como também acena para as forças progressistas nas
eleições municipais deste ano. “Esse
chamado não é só para daqui a dois anos. Ele está se colocando com uma
liderança a ser acessada pelas forças progressistas do país que lutam contra o
bolsonarismo nesses próximos dois meses.”
As
disputas municipais, segundo Romão, vão servir de termômetro para as eleições
gerais daqui dois anos. Tendo saído vitorioso em 2018, o bolsonarismo “se
desgastou” e “se fragmentou” desde então. “É
importante que o campo progressista não relute em fazer uma opção pelas
populações mais pobres, que continuam sendo massacradas, para termos um país
mais justo e menos desigual”, afirmou.
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Com
informações da RBA.
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