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Grupos conservadores em frente a Cisam não conseguiram impedir a realização do procedimento. (FOTO/ Jonatas Campos). |
Fundamentalistas
relgiosos tentaram invadir neste domingo (16) o Centro Integrado de Saúde
Amauri de Medeiros (Cisam), no Recife (PE), para impedir o aborto legal de uma
criança de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo tio. A paciente teve
o direito negado no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), no
estado do Espírito Santo, e viajou para a capital pernambucana exclusivamente
para interromper a gravidez. Após a expulsão dos extremistas por um grupo de
mulheres feministas, o procedimento foi realizado em segurança e a criança
passa bem.
O
Brasil, por lei, permite o aborto em casos de gravidez decorrente por estupro e
em casos onde há risco de vida para a mãe ou anencefalia do feto.
Durante
o dia, grupos conservadores permaneceram em frente ao Cisam e criticaram a
realização do procedimento, mesmo após a autorização do Tribunal de Justiça do
Espírito Santo. Estiveram no local parlamentares contra o aborto, como os
deputados Clarissa Tércio (PSC), Cleiton e Michelle Collins, ambos do PP, o
vereador Renato Antunes (PSC), o deputado estadual Joel da Harpa (PP) e a ex-deputada
Terezinha Nunes (MDB).
O
episódio foi um dos mais comentados do dia nas redes sociais. A criança era
vítima de violência há quatro anos.
A
Pesquisa Nacional de Aborto, realizada em 2015 pelo Instituto de Bioética,
Direitos Humanos e Gênero (Anis) em parceria com a Universidade de Brasília
(UnB), mostrou que uma em cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos já tinha
realizado pelo menos um aborto até os 40 anos, totalizando de quase 500 mil
intervenções. Os números podem ser maiores, já que a pesquisa não abrangeu
adolescentes, mulheres em áreas rurais e após os 49 anos.
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