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Bolsonaro retirou a deputada Bia Kicis (PSL- GO) de vice-líder e, agora, mira o líder do governo na Câmara, Victor Hugo (PSL - GO). (FOTO/ Macos Corrêa/ PR). |
A união entre o presidente Jair Bolsonaro e o centrão está cada vez mais forte. Nesta semana, ele acomodou parlamentares da ala fisiológica em cargos que pertenciam a deputados bolsonaristas. Para o cientista político Paulo Nicoli Ramirez, a ação é uma tentativa dupla: sobreviver ao caso Queiroz e enfrentar as eleições de 2022.
“A prisão do Fabrício Queiroz foi um divisor
de águas para o presidente, já que, antes disso, ele não tinha falas
democráticas e um discurso nada conciliatório. Com a água subindo ao umbigo,
isso desmanchou a imagem de honestidade criada por ele”, disse Nicoli, em entrevista
à Rádio Brasil Atual.
O
alvo mais recente foi a deputada Bia Kicis (PSL-DF), que na quarta-feira (22)
foi destituída da função de vice-líder depois de se posicionar contra o novo
Fundeb. Além disso, há a possibilidade da troca do líder do governo na Câmara,
Vitor Hugo (PSL-GO), pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde
do governo Temer.
O
cientista político afirma que a aproximação de Bolsonaro ao centrão se deu após
ele notar que não pode manter o bolsonarismo. “Desde a prisão do Queiroz, ficou explícito que não dá para manter
pautas radicais. Além da perda de popularidade e críticas da mídia, ele viu que
não há sustentação política“, acrescentou.
Fundeb
De acordo com Bolsonaro, parte da decisão de afastar a deputada Bia Kicis se deu após o voto contrário dela na aprovação da proposta de emenda à Constituição, que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O
Fundeb perderia a validade em dezembro, o que colocaria a educação básica em
risco. Desde 2015, o texto tramitava no Legislativo, mas a discussão ganhou
força mesmo no ano passado diante da urgência do prazo. A relatora da PEC,
deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), foi responsável por agrupar as diversas
demandas do setor e da Câmara. Mas encontrava resistência em fechar um acordo
com o governo Bolsonaro, que relutava em aumentar a participação da União no
fundo, hoje em 10%.
“O governo Bolsonaro, através dos bastidores,
tentou desarticular o Fundeb e perdeu essa disputa no Congresso Nacional.
Depois, tentou vender a derrota como vitória”, alerta Paulo Nicoli.
Com informações da RBA.
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