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(Capa/ Reprodução). |
Quarto
de Despejo é uma obra primordial. Ela foi desenhada entre 1955 e 1960 e reúne
textos escritos por Carolina Maria de Jesus e editado e publicado pelo jornalista
Audálio Dantas, que estava incumbido de escrever uma matéria jornalística sobre
a favela Canindé, ao redor do Rio Tietê, em São Paulo, em 1958.
Carolina
Maria de Jesus, catadora de papel e mulher negra, estava à procura de uma
pessoa que desse publicidades a seus escritos e sabendo da presença de Audálio
direcionou um convite a este para ler algumas linhas escritas em um caderno que
achara no lixo. E assim ele fez.
Audálio
ficou encantado com a dose de choque de realidade que Carolina dava as suas
escritas. Ela falava com propriedade sobre as mazelas do seu lugar.
Quarto de Despejo é, portanto,
uma leitura necessária no mundo da literatura. Resgata e desenha um lado cruel
da vida cultural brasileira quando do início da modernização da cidade de São
Paulo, bem como da criação de suas favelas. Uma realidade pouco conhecida e ao
mesmo tempo mascarada, visto que as elites políticas e econômicas da época não
tinham interesse em divulgar.
O
livro foi lançado em 1960 e vendeu mais de 100.000 cópias, batendo, na época, todos
os recordes editorias. Traduzido em 13 línguas, o livro foi vendido em 40
países, tornando-se um best seller.
Por
fim, Quarto de Despejo se configura como uma literatura das vozes que sempre
foram silenciadas.
Carolina
Maria de Jesus nasceu a 14 de Março de 1914 em Sacramento, estado de Minas
Gerais, cidade onde viveu sua infância e adolescência. Foi filha de negros que,
provavelmente, migraram do Desemboque para Sacramento quando da mudança da
economia da extração de ouro para as atividades agro-pecuárias.
Ela
foi mãe de três filhos: João José de Jesus, José Carlos de Jesus e Vera Eunice
de Jesus. Faleceu em 13 de Fevereiro de 1977, com 62 anos de idade e foi
sepultada no Cemitério da Vila Cipó, cerca de 40 Km do centro de São Paulo.
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