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(Capa/ Reprodução). |
Durante
o curso superior em História que frequentei entre 2007 e 2011 na Universidade
Regional do Cariri (URCA), no campus pimenta, em Crato, fui apresentado a
vários livros. Alguns de cunho obrigatório pois faziam parte da grade
curricular e outros não. “O Queijo e os
Vermes” não foi o primeiro livro que tive contato na graduação, mas
certamente foi um dos melhores e por isso que o escolhi para a análise desta nova série do Blog.
Antes
de ir direto ao livro faço uma justificativa quanto ao período um pouco
estendido na universidade. Mal havia iniciado o primeiro semestre e logo veio
uma paralisação na instituição. Isso se deu em face da luta de professores e
professoras por direitos.
Dito
isso, sigo com a análise do livro.
“O Queijo e os Vermes” é um livro de Carlo
Guinzburg e o li durante a disciplina de Teoria e Metodologia da História com a
professora Josinete Lopes. Não à toa, a obra demonstra os vários caminhos que o
historiador, a historiadora precisa percorrer. Ao narrar de maneira
pormenorizada os processos enfrentados por um moleiro nos tenebrosos Tribunais
da Inquisição, na Itália, Guinzburg apresenta diversos fatos e muitas fontes
que permearam os julgamentos de Domenico Scandella “Menocchio”, o Moleiro
(personagem central).
A
leitura para quem irá fazer pela primeira vez pode parecer cansativa em virtude
da quantidade de fatos e também pela dose de linearidade que o autor deu aos fatos,
mas a recompensa para quem gosta de História é garantida.
Menocchio
é um homem que possui poucas posses, sabia realizar operações simples de
matemática e conhecia o básica do latim entoado durante as missas. Ao ter
acesso a livros proibidos pela igreja e outros emprestados por amigos, passou a
visualizar críticas e elogios a igreja e construir sua própria análise. Mas isso
não foi o bastante. Foi preciso levar adiante o que ele leu, analisou e
interpretou para outras pessoas.
Em
uma época onde o poder da religião católica era quase que absolutamente unânime
e inquestionável, o destino de Menocchio estava desenhado. Herege e atentado
eram alguns dos nomes comuns que todo aquele que ousava no mínimo a interpretar
os dogmas católicos.
O
Queijo e os Vermes é também uma ponte para entender a micro-história que além
do italiano Carlo Guinzburg, tem Giovanni Levi - outro
historiador de mesma nacionalidade -, como principais representantes.
O
resto da história é com vocês.
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