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Presidente Jair Bolsonaro. (FOTO/ PR). |
Lideranças
políticas da oposição divulgaram um manifesto, nesta segunda-feira 30, pedindo
a renúncia do presidente Jair Bolsonaro devido ao seu comportamento diante da
pandemia do coronavírus. O documento classifica o presidente como um “problema de saúde pública” e pede união
do Congresso e de setores do governo que estejam disponíveis a seguirem os
protocolos de segurança contra a Covid-19.
“[Bolsonaro] comete crimes, frauda
informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da
população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a
pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e
submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta!”,
diz o documento, que é assinado por nomes de diversos partidos e espectros da
oposição, como os ex-candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad
(PT) e Guilherme Boulos (PSOL), além de presidentes de partidos e
ex-governadores. O único governador ativo a assinar a lista foi Flávio Dino
(PCdoB), do Maranhão.
O
documento também apresenta um conjunto de medidas emergenciais que, para os
assinantes da carta, devem ser levadas em consideração pelo Congresso em um
momento que o governo federal ainda encontra embates na maneira de agir com o
vírus. Entre elas, figura a aprovação do projeto de renda básica, que está para
ser votado no Senado, e as tributação de fortunas, lucros e dividendos a fim de
converter o arrecadado em auxílio para a saúde pública.
Nas
redes sociais, Boulos apresenta o plano como uma atitude da “esquerda unida
contra Bolsonaro”, e destaca que a carta tem caráter supra-partidário na
elaboração das propostas para que o País encare a crise.
“Finalmente, a esquerda unida contra Bolsonaro! Acabamos de lançar uma Carta supra-partidária assinada por 14 lideranças nacionais, exigindo a renúncia de Bolsonaro e apresentando medidas emergenciais para o Brasil”, destacou Boulos.
Leia
o documento na íntegra:
O
BRASIL NÃO PODE SER DESTRUÍDO POR BOLSONARO
O
Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história moderna,
a pandemia do coronavírus, de gravíssimas consequências para a vida humana, a
saúde pública e a atividade econômica.
Em
nosso país a emergência é agravada por um presidente da República
irresponsável. Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes
para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das
famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando
determinações técnicas e as experiências de outros países. Antes mesmo da
chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira já estavam
dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo imposta ao
país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os recursos
públicos necessários para salvar vidas.
Bolsonaro
não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que
compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e
incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável.
Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um
presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de
todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que
um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro
grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma
saída democrática ao país. Ele precisa
ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra
nosso povo.
Ao
mesmo tempo, ao contrário de seu governo – que anuncia medidas tardias e
erráticas – temos compromisso com o
Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e
democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as
seguintes ações:
-Manter
e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem
necessárias, de acordo com critérios científicos;
-Criação
de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de
proteção para profissionais e para a população;
-Implementação
urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores
informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar
especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior
vulnerabilidade;
-Suspensão
da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a
crise,
-Proibição
de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais
afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e
micro empresários;
-Regulamentação
imediata de tributos sobre grandes
fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos
privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e
seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais
fiscais, quando a economia for normalizada.
Frente
a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e
político, é obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para
proteger o povo e o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos
zelarem pela saúde pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito
de forma louvável. É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário
deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as
garantias constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com
responsabilidade e patriotismo.
ASSINAM
(por ordem alfabética):
Carlos
Siqueira, presidente nacional do PSB.
Carlos
Lupi, presidente nacional do PDT.
Ciro
Gomes, ex-candidato a Presidência pelo PDT.
Edmilson
Costa, presidente nacional do PCB.
Fernando
Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT.
Flavio
Dino, governador do estado do Maranhão.
Guilherme
Boulos, ex-candidato a Presidência pelo PSOL.
Gleisi
Hoffmann, presidenta nacional do PT.
Juliano
Medeiros, presidente nacional do PSOL.
Luciana
Santos, presidenta nacional do PC do B.
Manuela
D’Avila, ex-candidata a Vice-presidência (PC do B).
Roberto
Requião, ex-governador do Paraná.
Sonia
Guajajara, ex-candidata à Vice-presidência (PSOL)
Tarso
Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul
__________________________
Com
informações de CartaCapital.
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