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Abre Alas: O Acalanto de Olokum mostra os negros atravessando o oceano comandado por Olokum. (FOTO/ Marcelo Brandt/ G1). |
A
Tom Maior transformou uma frase racista em uma ode aos negros no Brasil, com o
enredo chamado “É coisa de preto”. A
escola foi a segunda a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial de São Paulo.
Com
punhos fechados para o alto e gritos contra o preconceito, o desfile na
madrugada desta sexta-feira (21) mostrou a importância e a contribuição do
negro na construção do Brasil.
O
último carro homenageou Marielle Franco. A frase "as minorias são a maioria"
em uma faixa ao lado de símbolos da justiça questionou o tratamento desigual do
sistema para pessoas negras.
As
alas exaltaram personalidades negras: Wilson Simonal, Elza Soares, Carolina
Maria de Jesus, Mano Brown, Madame Satã, Machado de Assis, Pixinguinha, Joaquim
Barbosa e outros.
Os
ritmistas se fantasiaram de Mussum. Atrás deles, um grupo de 12 sambistas
interagiu com a bateria representando o grupo Os Originais do Samba.
O
início do desfile mostrou os povos africanos antes do tráfico de escravos para
o Brasil. Foram lembrados os guerreiros africanos e os griots, que, no folclore
africano, preservam e transmitem as histórias e tradições de seu povo.
A
escola mostrou legado da negritude, que deixou marcas em diversas áreas do
conhecimento no Brasil. No terceiro carro, dedicado à intelectualidade negra,
estátuas vivas representaram os apóstolos do Aleijadinho.
Um
dos carros ilustrou o "xadrez social",
onde as pedras pretas e brancas se contrapõem. O bispo branco era um pastor
evangélico. O bispo preto, um pai de santo. Foi uma crítica social ao
"lugar de preto".
Em
alguns momentos, durante a frase "lutar,
é preciso lutar por igualdade", a bateria parou e os ritmistas e
outros integrantes levantaram o braço com o punho fechado. O gesto simboliza
resistência e solidariedade em movimentos como o "black power"
surgido EUA.
O
tema já tinha passado pelo Anhembi. O desfile anterior, da Barroca Zona Sul,
abriu a noite mostrando a história da líder quilombola Tereza de Benguela.
Duas
crianças estrearam como mestre-sala e porta-bandeira da Tom Maior: Enzel
Patrick, 7 anos, e Ísis, de 8 anos.
A
escola passou nos exatos 65 minutos permitidos para o desfile. A Tom Maior
ficou em 12º lugar do Grupo Especial em 2019, e ainda busca seu primeiro título
neste grupo.
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Com informações
do G1.
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