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Desfile da mangueira levou Jesus da Gente à Sapucai. (FOTO/ Reprodução). |
Mangueira
mostrou a força do samba como resistência a Jair Bolsonaro e teve o verso que
fala que não existe "messias de arma
na mão" ignorados na transmissão da Globo. Das arquibancadas, porém,
uma sonora "homenagem" ao
presidente abriu o desfile.
Um “Jesus da gente” que apanha da polícia,
mulher, indígena, foi crivado por balas na cruz e ressuscitou negro em meio à
comunidade da favela. Com o enredo “A
Verdade vos fará livre”, a Estação Primeira de Mangueira (ou de Nazaré,
como é cantado nos versos) mandou recado direto sobre a hipocrisia dos profetas
da intolerância que apoiam o governo Jair Bolsonaro.
Os
versos que remetem diretamente a Bolsonaro, que falam que “não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão” foram
ignorados por Fátima Bernardes e Alex Escobar na transmissão ao vivo da Globo.
Mas, o presidente foi lembrado logo no início do desfile da escola com um
sonoro “Eih, Bolsonaro, vai tomar no cu”
vindo das arquibancadas.
Logo
na Comissão de Frente, a Mangueira trouxe um Jesus indigente, como muitas vezes
tratado na Bíblia, acompanhado de “apóstolos” marginalizados, que apanha da
polícia e dança funk sobre a mesa da Santa Ceia.
Na
sequência, um Jesus negro como mestre-sala reverencia a porta-bandeiras “Mangueira”.
No
desfile, várias foram as diretas ao governo Jair Bolsonaro, além dos versos
interpretados por uma bateria que tinha à frente a rainha Evelyn Bastos como
Jesus mulher, que nas diversas entrevistas que deu indagou sobre como seriam os
inúmeros casos de feminícidio se Cristo fosse mulher.
Uma
ala da escola fez referência à máxima bolsonarista, um tanto esquecida, de que
“bandido bom é bandido morto”. Logo atrás um Cristo crucificado gigante, com
ares de menino do morro, é erguido crivado de balas em um carro que mostra
ainda a crucificação de mulheres, LGBTs, indígenas e outras minorias.
Para
fechar o desfile, a Mangueira ainda ressuscitou Jesus negro com manto verde e
rosa ascendendo ao céu no meio da favela.
Sob
direção do carnavalesco Leandro Vieira, a Mangueira fez frente ao discurso
hipócrita da extrema-direita cristã bolsonarista e mostrou mais uma vez que é
na força do samba e na cultura popular onde se encontra a verdadeira
resistência, desde os tempos de Nelson Sargento, que representou José negro, ao
lado de Alcione, como Maria.
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Com
informações da Revista Fórum.
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