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Olga Benário. (FOTO/ Wikimedia Commons). |
Olga
Benário foi uma das maiores revolucionárias do Brasil. Ela era de origem alemã,
mas foi enviada ao país latinoamericano como garantia de segurança do comunista
Luís Carlos Prestes.
A
militante nasceu em fevereiro de 1908, em Munique, Alemanha. Era filha de um
grande advogado bávaro, Leo Benario, e uma judia, chamada Eugenie Guttman.
Desde
cedo, Olga esteve envolvida com política. Aos 15 anos, entrou em um grupo de
jovens comunistas organizado chamado Grupo Schwabing e, no ano seguinte, mudou
para Berlim com o namorado. Lá, entrou na secretaria de Agitação e Propaganda
da base operária local.
A
militância de Benário focava no combate às crescentes milícias de
extrema-direita, com foco nos nazistas. Em pouco tempo, tornou-se foragida da
justiça alemã e traidora da pátria por consideração do governo.
Em
1928, fugindo da perseguição no país natal, encontrou abrigo na URSS. Moscou
foi espaço para que Olga Benário aprofundasse seus estudos do marxismo
comunista e completasse um treinamento militar revolucionário. E foi em Moscou
que recebeu sua missão mais famosa: garantir a volta segura de Luís Carlos
Prestes ao Brasil.
Prestes
estivera em Moscou desde a derrota do movimento armado nos anos 1920, de cunho
não-comunista, em que marchou mais de 25 mil quilômetros em uma ação contra o
governo de Artur Bernardes. Desarmada na Bolívia, a Coluna Prestes foi
derrotada, mas suas façanhas ficaram conhecidas por Olga e pelo mundo.
Segundo
a historiadora Anita Leocádia Prestes – filha de Olga com Luís Carlos – a
missão da alemã era de passar-se por esposa do desterrado em seu retorno
clandestino. Porém, na viagem, os dois realmente se apaixonaram e casaram.
Agora
comunista, Prestes fica encarregado da missão de liderar um movimento armado
contra o governo de Getúlio Vargas. Torna-se, então, presidente de honra da
ANL, movimento antifascista e revolucionário, sendo que ele já era um quadro do
PCB.
Então,
em 1935, Prestes organizou um levante socialista para a derrubada do governo,
que entraria para a História como Intentona Comunista, por sua rápida e trágica
derrota. Então, a ANL, incluindo Prestes e Benário, passou a ser perseguida
pelo governo.
O
casal foi preso em 1936, junto a colegas revolucionários, sofreram
interrogatórios e torturas da polícia - com Olga grávida de Prestes e se
recusando a cooperar com informações para o governo.
Por
iniciativa do presidente Vargas, foi decretada a deportação de Olga Benário
para a Alemanha, mesmo sendo ilegal, pois a comunista estava grávida de uma
brasileira. Apoiada pelo Congresso e por decisão do STF, a militante, uma
comunista judia, embarcou no navio La Coruña para a Alemanha de Hitler. Em
Hamburgo, foi recebida pela Gestapo e transferida para a prisão de Barminstrasse,
em Berlim. Lá, em 27 de novembro de 1936, deu à luz à filha Anita Leocádia
Prestes. O plano original da Gestapo era encaminhá-la para um orfanato, mas
pressões internacionais organizadas pela avó da criança conseguiram fazer com
que ela ficasse com a família.
Olga
foi transferida diversas vezes entre os campos de concentração, até chegar em
Bernburg, campo de extermínio, onde foi executada em uma câmara de gás, no ano
de 1942. Porém, foi somente em 1945, com a libertação dos campos e destruição do
Terceiro Reich, que a família Benário-Prestes descobriu o trágico fim daquela
que foi uma das maiores revolucionárias teuto-brasileiras.
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Com
informações do Aventuras na História.
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