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(FOTO/ Felipe Cabral/ Reprodução/ Conexão Jornalismo) |
Existe
um contraponto para furar a mídia hegemônica e de comunicação de massa, ainda
que distante de se equiparar, seu poder de disparo e influência midiática, a
capacidade e potência dos veículos detentores da comunicação no país,
controlado por grupos econômicos, religiosos e de políticos (mesmo a legislação
brasileira não permitido concessão de veículos de comunicação para
parlamentares e gestores eleitos).
De
acordo com o relatório “Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil”
realizado pelo Coletivo Intervozes e Repórteres Sem Fronteiras “Os 50 veículos
analisados pertencem a 26 grupos ou empresas de comunicação. Desses, todos
possuem mais de um tipo de veículo de mídia e 16 possuem também outros negócios
no setor, como produção cinematográfica, edição de livros, agência de
publicidade, programação de TV a cabo, entre outros. Além disso, 21 dos grupos
ou seus acionistas possuem atividades em outros setores econômicos, como
educação, financeiro, imobiliário, agropecuário, energia, transportes,
infraestrutura e saúde. Há ainda proprietários que são políticos ou lideranças
religiosas”.
É
dentro deste contexto de centralização e controle da informação que a mídia
atua no pais, reproduzindo os interesses ideológicos e econômicos de classes
dominantes. Não existe neutralidade da mídia, mas uma suposta imparcialidade
para fazer bons negócios.
Mesmo
considerando o poderio monopolista da mídia, é crescente na contemporaneidade,
o uso e a apropriação das inovações tecnológicas pelas camadas populares como
contra receptores e produtores de conteúdos para se contrapor à comunicação
hegemônica.
É a
mídia self e dos movimentos sociais que vão criando novas narrativas dentro
deste cenário que exige entendê-lo como campo de disputa que vem sendo ocupado
pelas mais diversas e conflitantes forças políticas. Se toda brecha na política
é ocupada, a mídia faz parte deste cenário, se não a ocuparmos, não nos
enganemos, a mídia não ficará vazia.
Cada
casa e cada rua se transforma num ponto de comunicação interligado as
plataformas das redes sociais, as mesmas que também servem para o processo de
criação dos bancos de dados para inteligência artificial e norteamento do
mercado, enfim para a acumulação do capital.
Parafraseando
o cineasta Glauber Rocha “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” é mais atual
do que nunca. Imergir nas inovações tecnológicas e se apropriar da sua dinâmica
e complexidade política e técnica é uma exigência para novas formas de fazer
“agitação e propaganda” para a luta democrática e popular.
É
crescente o contraponto midiático que coloca pessoas, lutas e organizações em
evidência. Esses mecanismos têm poder de alcance menor e em bolhas, entretanto,
são indispensáveis, principalmente, quando as informações e os serviços estão
disponíveis nas mãos de boa parte da parte população, através dos telefones
móveis. Pagamentos de contas, registros de eventos, previsão do tempo,
orientação médica e até relacionamento afetivo é possível ter a partir dos
celulares, além, claro, de recepção e produção de conteúdos midiáticos: vídeos,
fotos, cards e áudios.
É a
produção de conteúdo midiático que vai sendo produzida instantaneamente numa
contra narrativa, mesmo não atingido em larga escala tem o seu poder de alcance
que comunica para uma parcela da população de forma particularizada e criar
possibilidades de desinvisibilizar vozes, apontar caminhos, articular ações e
ocupar os micros espaços políticos de poder. Como é usado no linguajar peculiar
e legítimo do movimento hip hop “nois é” a mídia.
Entretanto,
a luta política de disputar os micros espaços políticos da mídia não se separa
da defesa da democratização da comunicação do país e da ofensiva contra o
monopólio midiático que concentra, define e orienta as informações que deverão
chegar em cada casa e bolso no Brasil. (Clique aqui e confira integra dotexto).
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*Pedagogo,
integrante do Coletivo Camaradas e atual presidente do Conselho Municipal de
Políticas Culturais do Crato/CE.
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