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Painel após ato de vandalismo. (FOTO/Reprodução/Arquivo Pessoal). |
Alunos de uma escola no bairro Pimenta,
em Crato, tiveram uma triste notícia acerca de um painel feito por eles junto
ao artista plástico Paulo Bento, na manhã desta segunda-feira (21). A pintura,
que representa seis ícones da sociedade brasileira, faz parte de um concurso do
Geopark Araripe junto a iniciativa da Unesco e teve o rosto de um destes, a
política Marielle Franco, totalmente apagado.
Paulo, que é artista plástico e
coordenador da escola EMEF Estado da Paraíba, conta que desde a última
quinta-feira (17) vem pintando o painel, que segundo ele contou com ajuda de
seus alunos para idealizar o que seria retratado.
“Estamos participando de um projeto do
GeoPark, com intuito de fazer intervenções em áreas públicas ou particulares no
concurso Geo Terra Mãe, que faz parte de iniciativa da Unesco. Em frente a
escola existe uma praça, e decidimos que essa intervenção seria feita nela.
Reunimos a criançada, mobilizando-os para essa iniciativa”, diz o artista.
A ideia de caracterizar as
personalidades, de acordo com Paulo, partiu das crianças. “Eles quiseram
homenagear personalidades da sociedade brasileira, que são destaque na cultura,
na política e na literatura, por exemplo. Ficamos de quinta até sábado fazendo
a pinta. Hoje cedo nos deparamos com um dos ícones do painel totalmente
apagado. Sendo ela justamente a de Marielle Franco” afirma o pintor da obra.
No painel, além de retratarem a política
e socióloga assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro, também foram
retratados os bustos do ambientalista e ativista Chico Mendes, o líder indígena
brasileiro Raoni Metuktire, o cantor pernambucano Luiz Gonzaga, o educador e
filósofo Paulo Freire e a recém beatificada freira baiana Santa Dulce dos
Pobres, conhecida também como “Irmã Dulce”.
Ato de vandalismo
Segundo ele, a motivação do ato de
vandalismo pode ter sido motivado por Marielle se tratar de uma figura pública
de alcance internacional, do qual representa luta em prol de minorias sociais e
resistência em relação aos diversos tipos de preconceito, além da constante
batalha pela justiça no Brasil.
O coordenador disse ainda que as
crianças ficaram bastante abaladas por conta do ocorrido. “A reação das
crianças foi de espanto e revolta. Algumas delas choraram, outras ficaram sem
saber ou entender o porquê de terem feito isso. A escola hoje amanheceu com uma
sensação de agressão, de violência. Sentimos na pela isso”, completa.
Ele diz que o ato feito, mesmo que
sendo apenas tido como ato de vandalismo, representa uma violência moral e
física sofrida por todos os alunos e profissionais da escola. Segundo Paulo,
foi feito um boletim de ocorrência (B.O.) na Delegacia Regional de Policia do
Crato, ainda na manhã desta segunda, junto a representantes da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria de Educação do Crato.
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Com informações do Badalo.
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