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(FOTO/Fernando Frazão/Agência Brasil). |
Um
dia depois de defender o trabalho infantil em sua live semanal no Facebook
(“Olha só, trabalhando com 9, 10 anos de idade, na fazenda, não fui prejudicado
em nada”, disse, em vídeo), o presidente Jair Bolsonaro voltou ao assunto nesta
sexta-feira 5.
Em
menos de 24 horas, só que dessa vez pelo Twitter, o presidente tentou se
justificar dizendo que está defendendo que as crianças desenvolvam desde cedo a
cultura do trabalho. “Se eu estivesse defendendo sexualização e uso de drogas,
estariam me idolatrando. Essa é a verdade!”, disse.
Na
quinta-feira, Bolsonaro defendeu o trabalho durante a infância e disse que
apenas não atua pela liberação porque seria massacrado.
De
acordo com o Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq,
quase 6,4% das crianças brasileiras entre 5 e 17 anos de idade trabalhavam em
2016. O cenário piora com os dados do IBGE daquele ano, que apontam que, entre
as crianças e jovens de 5 a 17 anos que trabalham, cerca de 21% estavam fora da
escola.
Além
da evasão escolar, as crianças também sofrem com acidentes de trabalho. Cerca
de 620 crianças e adolescentes foram vítimas deles em 2016, e, entre 2012 e
2016, 130 morreram por conta de complicações dos incidentes.
Mesmo
assim, é possível identificar uma verdade implícita no vídeo: o cenário
descrito pelo presidente é extremamente comum. O Censo Agropecuário de 2017
mostra que quase 588 mil crianças trabalhavam no campo, sendo que 90% delas
possuíam vínculo familiar com o empregador – ou seja, atuavam juntamente aos
pais ou parentes em atividades rurais.
A
identificação, no entanto, não pode servir para justificar um problema e “olhar para o passado”, mas sim “olhar para o futuro e lutar para que essa
realidade seja superada”, segundo opina Antônio Lima, procurador do Ministério
Público do Trabalho.
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Com
informações de CartaCapital.
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