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Debatedores da Reforma da Previdência e a mesa diretora da Câmara de Altaneira. (FOTO/João Alves). |
Texto | Nicolau Neto
A
Câmara municipal de Altaneira, na microrregião do cariri oeste, realizou na
manhã desta sexta-feira, 31 de maio, audiência pública visando debater a Proposta
de Emenda à Constituição 6/2019, a PEC da Previdência.
Com o
tema “Reforma da Previdência Social – você é contra ou a favor? Participe, tome
conhecimento, a reforma afetará a todos”, a audiência contou na mesa de
debates com o advogado Raimundo Soares Filho, o professor Nicolau Neto, o
empresário Paulo Shalon e Matheus Linard, representante do Movimento Brasil
Livre no Cariri (MBL Cariri).
O
evento teve a condução da mesa diretora do poder legislativo sob a liderança do
presidente, o vereador professor Adeilton (PSD), que classificou o debate como “de altíssimo nível, muito
esclarecedor, um momento de fundamental importância para que possamos nos
posicionar diante de um tema tão importante e complexo”.
Em
sua fala, Raimundo Soares Filho fez uma explanação dos principais pontos da reforma
da Previdência, com destaque para aqueles que tem movido representantes
sindicais, movimentos sociais e a classe docente a irem as ruas protestarem, como
o aumento do tempo de contribuição e de idade que, segundo ele, prejudica mais
os trabalhadores rurais, professores e as mulheres. Ele sustentou que “não vislumbra
na reforma o corte dos grandes privilégios”.
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Raimundo Soares Filho, Nicolau Neto e Paulo Robson (Da esq. para a dir). (FOTO/João Alves). |
Nicolau
Neto afirmou que o debate sobre a necessidade da reforma deve ser superado. Argumentou que é preciso que seja feita a reforma, mas que do jeito que foi
apresentada afeta sobremaneira as classes mais pobres - os professores/as,
servidores públicos e as mulheres. O professor
frisou ainda que a reforma não visa acabar com os privilégios, pois as pessoas
que ganham altos salários não serão afetadas, e defende que se aprovada,
contribuirá para aumentar as desigualdades sociais e raciais no Brasil.
Para
sustentar seus argumentos Nicolau apresentou dados como o relatório da CPI da
Previdência construído em 2018. Por ele, o sistema previdenciário no Brasil é
superavitário, deixando claro que o discurso da grande mídia e dos defensores da
reforma evidenciando haver um grande problema de despesas é uma falácia. Para
o professor, o problema do país não é a grande quantidade de aposentados, e sim de gestão e destacou com base na pesquisa da Revista Dinheiro que deixaram de
entrar nos cofres da previdência cerca de R$ 6 trilhões de reais. “Se queremos
combater os privilégios temos que fazer uma reforma tributária e cobrar mais de
quem ganha mais e não sacrificar quem ganha apenas um salário mínimo”.
Para
defenderem a reforma veio Paulo Shalon e Matheus Linard, de Nova Olinda e
Juazeiro do Norte, respectivamente. O primeiro afirmou ter lido todo o texto e
que o Brasil “não suporta mais sustentar
a previdência”. Linard, por sua vez, arguiu “ser contrário ao tratamento diferenciado entre as profissões” que
assim "não deveria existir aposentaria especial, todos seriam tratados igualmente”,
disse.
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Paulo Shalon e os representantes do MBL Cariri, Linard e Gabriel. (Foto/João Alves). |
Posterior
a fala dos debatedores, foi cedido espaço de fala. Usaram a tribuna o professor
e diretor da Escola Estadual Santa Tereza, Paulo Robson, a socióloga Josyanne Gomes,
o Presidente da Associação dos Pequenos Trabalhadores Rurais do Sítio Serra do
Valério, Robervaldo Liberalino, o professor e presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (Sinsema), José
Evantuil e a professora Francisca Mauricio. Todos esses foram contrários a
reforma tal qual está posta.
Para
defender o texto, veio o representante do Movimento Brasil Livre da cidade do
Crato, Gabriel Figueiredo.
A audiência
teve pequena participação popular mesmo sendo, segundo Adeilton, “encaminhado
convites para todas as entidades de classes, governamentais e não
governamentais, escolas municipais, autoridades, representações religiosas de
nosso município”. No entanto, foi transmitida pela Rádio Comunitária Altaneira
FM e pelas redes socais. As discussões servirão para que os parlamentares de Altaneira elaborem uma moção
sobre a proposta a ser enviada aos congressistas votados no Município e que segundo
o presidente da casa, esta moção será votada na próxima sessão, dia 05 de junho
Ao término da audiência os debatedores receberam um certificado oferecido pela Câmara.
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