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Promessa cumprida, Bolsonaro edita MP que transfere demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura e dos ruralistas. (Foto: Lula Marques/Fotos Públicas). |
Editada
poucas horas depois de sua posse, a primeira Medida Provisória do presidente
Jair Bolsonaro, reformula ministérios e sua atribuições, incluindo uma mudança
radical na identificação, delimitação e demarcação de terras indígenas no país.
Esses trabalhos ficavam a cargo da Funai (Fundação Nacional do Índio), antes
vinculada ao Ministério da Justiça. No novo governo, essas tarefas passam para
o Ministério da Agricultura, que também incorpora o Serviço Florestal
Brasileiro (SFB), por sua vez, retirado da pasta do Meio Ambiente.
Criado
em 2006 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o SFB vinha sendo
o órgão responsável pelo Sistema Nacional de Informações Florestais, pelo
Inventário Florestal Nacional e também pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR).
A
medida provisória 870 foi publicada ontem, dia 1º, em edição especial do Diário
Oficial da União, que traz também o decreto que fixou o novo valor do salário
mínimo em R$ 998, abaixo do previsto no orçamento da União aprovado pelo
Congresso Nacional.
As
mudanças de atuação dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura foram as
primeiras medidas anunciadas pela equipe de transição do governo eleito e
contemplam reivindicações de ruralistas, uma das principais fontes de apoio à
candidatura Bolsonaro.
Na
prática, as demarcações passam agora às mãos do agronegócio, o que aprofunda o
esvaziamento do órgão, criado em 1967 em substituição ao SPI (Serviço de
Proteção ao Índio). O Ministério da Agricultura é comandado pela líder
ruralista Teresa Cristina, deputada federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul.
Na
campanha, o então candidato prometeu que não mais demarcaria terras para
reservas indígenas e quilombolas. Em seu perfil na rede social Twitter, Sonia
Guajajara, ex-candidata a vice de Guilherme Boulos (Psol), expôs sua
preocupação com o futuro das comunidades indígenas do país. "Já viram? O desmanche já começou. A
Funai não é mais responsável pela identificação, delimitação, demarcação e
registro de terras indígenas. Alguém ainda tem dúűvidas das promessas de
exclusão da campanha ?" publicou. (Com informações da RBA).
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