Os
ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram nesta
terça-feira 26, por 5 votos a 0, pedido da Procuradoria Geral da República
(PGR) para prender o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Mas, por 3 votos a 2,
determinaram o afastamento do parlamentar do mandato.
De
CartaCapital - A decisão também
determina que Aécio entregue seu passaporte, o que o impede de sair do país, e
permaneça em recolhimento noturno, ou seja, que permaneça em casa à noite.
Aécio
foi afastado do Senado no dia 18 de maio no âmbito da Operação Patmos,
desdobramento da Lava Jato baseado em delações da JBS e que também atingiu
Michel Temer (PMDB). Na ocasião, foi divulgado o conteúdo de um diálogo entre
Aécio e Joesley Batista, dona da JBS, no qual o senador pede 2 milhões de reais
ao empresário para pagar sua defesa na Lava Jato.
Acusada
de operar propina para o irmão, a irmã e braço direito de Aécio, Andrea Neves,
foi presa, assim como o primo Frederico Pacheco. O ministro Edson Fachin,
relator da operação no Supremo, negou o pedido de prisão do senador.
O
inquérito foi redistribuído no dia 30 de maio e, na ocasião, Marco Aurélio
Mello assumiu a relatoria do caso de Aécio. Em 30 de junho, Mello determinou a
devolução do mandato a Aécio Neves. Ao decidir sobre o caso, o ministro
contestou os argumentos da PGR de que Aécio atuava para interferir nas
investigações.
A volta de Aécio
Em
4 de julho, Aécio retornou ao Senado após a decisão do STF. Em discurso, ele reafirmou sua inocência e
disse ter sido vítima de uma "armadilha" montada pelo empresário
Joesley Batista, da J&F, cuja delação premiada fez o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pedir a prisão do senador.
"Não cometi crime algum. Não aceitei recurso
de origem ilícita. Não ofereci ou prometi vantagens indevidas a quem quer que
fosse e tão pouco atuei para obstruir a atuação da Justiça como me
acusaram", afirmou Aécio. Sem citar Joesley, o tucano disse que foi
"vítima de uma armadilha, engendrada e executada por um criminoso confesso
de mais de 200 crimes".
Aécio
admitiu que procurou Joesley, mas por motivos pessoais. "Por meio de minha irmã, reitero, ofereci a
ele a compra de um apartamento de propriedade de minha família",
disse. "Essa venda, sim, me ajudaria
a arcar com as novas despesas que passei a ter com advogados",
afirmou. Segundo Aécio, ele precisa se desfazer de parte do patrimônio de sua
família porque não obteve "jamais,
em tempo algum, vantagens financeiras através da política".
Ainda
segundo o senador tucano, os dois milhões de reais que pediu a Joesley seriam
um empréstimo, que não envolveu dinheiro público ou contrapartidas, e que seria
quitado.
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Aécio é afastado mais uma vez do Senado. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil. |
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