Meus
queridos e minhas queridas alunas ao qual tive a oportunidade de dialogar e
debater em sala de aula. Aqui não é discurso vazio, pois sabem o quanto primo
pela constância e não os percebo apenas em datas esporádicas, mas como sujeitos
ativos e com poder de transformação todos os dias. Mas quero nesse dia dedicado
exclusivamente a vocês chamá-los a refletir comigo.
A
escola é o espaço onde os estudantes passam a conviver com outros sujeitos que,
assim como eles, possuem necessidades e desejos. Essas na grande maioria das
vezes são conflitantes, o que requer da instituição de ensino principalmente
daqueles que estão em contato direto com eles a capacidade de educar para os
valores. Deve, portanto, suscitar neles/as o prazer pelo respeito ao outro; a
alegria em ser solidário/a; Devem ainda incitá-los a sempre amar,
independentemente dos outros possuírem ou não crenças religiosas, pertencerem
ou não ao mesmo grupo político, independentemente de raça/etnia, torcerem ou
não pelo mesmo clube, terem ou não a mesma orientação sexual, dentre outras...
Afinal, como afirmava Rubem Alves “os
educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser
especialistas em amor: intérpretes de sonhos." É necessário saber
interpretar o que querem os estudantes, se não a educação se torna o mais do
mesmo.
Os
estudantes precisam ter seus direitos garantidos. Não apenas de acesso à
escola, mas de permanecer nela. E quando falo em permanência, não é só de uma
boa estrutura, mas de ações e projetos que possam fazer com que eles/as se
sintam bem no ambiente escolar, se sintam protegidos. Alunos necessitam muito
mais do que simplesmente um conglomerado de matérias. O estudo precisa ser
prazeroso, não uma obrigação. A escola não deve ser um refúgio simplesmente do
trabalho infantil (mas também); não deve ser tão somente um esconderijo do
mundo das drogas (mas também). Tão pouco deve ser visto com uma gaiola, mas
asas, me reportando mais uma vez ao Rubem Alves.
Nesse
sentido, a escola precisa estar conectada com o que ocorre lá fora. Não pode o
mundo está em ebulição, com riscos sérios de se voltar a tempos passados onde
não se tinha liberdade e fingir que está tudo bem, fazendo com que o aluno
também acredite nisso. Não, não pode. Embora aconteça. Não que a educação seja
a salvadora do mundo, mas Paulo Freire dizia "se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. O calar do
professor diante das injustiças, pode acarretar sérios danos ao aluno que vai
apenas passar pela educação achando que tudo que ocorre é natural e que não
pode ser mudado. Freire em suas sábias palavras chamava a atenção “não é no
silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na
ação-reflexão”.
Portanto,
meus queridos alunos e queridas alunas, que vocês possam usar esse dia como
mais um para cobrar uma educação libertadora, cidadã e politizada, que os
ensine a pensar e não a obedecer. Afinal de contas, a maior alegria de um
professor e de uma professora é poder perceber em vocês verdadeiros agentes de
transformação da realidade.
Um
forte e fraterno abraço!!!
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Registro fotográfico dos alunos do curso técnico em Redes de Computadores (3º A) em homenagem a este signatário. Foto: Jenfte Alencar. |
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