A
ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino
Gomes, pediu hoje (28) que os três poderes nos estados, Distrito Federal e
municípios trabalhem juntos com a esfera federal para que o país supere os
altos índices de violência contra os jovens negros.
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Nilma: "precisamos reduzir os homicídios no Brasil, principalmente dos jovens negros, os que mais sofrem". |
“Precisamos reduzir a taxa de homicídio no
Brasil, principalmente dos jovens negros, que são os que mais sofrem. Não
bastam ações do governo federal, precisamos de uma ação federativa e
articulada, precisamos de articulação entre os estados e municípios e o
Distrito Federal, precisamos de articulação entre Judiciário, Legislativo e
Executivo para encontrarmos caminhos e alternativas para essa situação”,
disse Nilma.
Dados
do Mapa da Violência, divulgado em 2015, apontam que os homicídios representam
46% das causas de morte de adolescentes entre 16 e 17 anos. O estudo mostra que
93% das vítimas são homens, com destaque para os perfis de escolaridade e cor.
Homens negros morrem três vezes mais que homens brancos, e as vítimas com baixa
escolaridade também são maioria.
A
ministra participou hoje (28) de sessão solene na Câmara dos Deputados para
lembrar o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado
no último dia 21 de março. Ela fez um balanço sobre as políticas e ações
desenvolvidas pelo governo federal nos últimos anos para promover a igualdade
entre os jovens, brancos e negros, como o Plano Juventude Viva, a Lei de Cotas
e o Programa Universidade para Todos.
Nilma
Lino destacou a iniciativa ID Jovem, que será lançado no próximo dia 31 de
março. Segundo ela, a identidade jovem será um documento que comprova a
condição de jovem de baixa renda para acesso ao benefício da meia entrada e,
também, da reserva de vagas no transporte interestadual para jovens de baixa
renda.
“É
uma forma de possibilitar à juventude brasileira e de baixa renda,
principalmente jovens negros e negras, a ter mais acesso a atividades culturais
e esportivas e ao direito de ir e vir”, disse. A identidade será destinada a
jovens de 15 a 29 anos, com a famílias inscritas no Cadastro Único e renda
mensa de até dois salários mínimos.
Segundo
a ministra, a Secretaria Nacional da Juventude também deverá, em breve, ser
integrada ao Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos
Humanos, para fortalecer as ações voltadas à juventude.
A
sessão solene de hoje foi convocada e presidida pelo deputado Vicentinho
(PT-SP), que ressaltou a importância de colocar em pauta na Casa projetos de
interesse da população jovem e negra. “Decidimos abordar nessa sessão a questão
da defesa da nossa juventude, vítima da violência e do preconceito, em cada
periferia vítima da maldita droga, da violência policial e da discriminação.
Uma sociedade justa nós só teremos quando jovens brancos e negros forem
tratados com as mesma condições e os mesmos direitos”, disse o deputado.
O
dia 21 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas como é o Dia
Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, em 1966, em memória à
tragédia que ficou conhecida como Massacre de Shaperville, em 1960, na cidade
de Joanesburgo, na África do Sul. Na ocasião, 20 mil negros protestavam
pacificamente contra a Lei do Passe - que os obrigava a portar cartões de
identificação, especificando os locais por onde eles poderiam transitar na
cidade - quando se depararam com tropas do exército, que abriram fogo sobre a
multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.
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