![]() |
Foto: Iara Pinheiro. |
O
advogado Bruno Cândido, membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ e
representante do Movimento Negro, criticou a herança escravagista no sistema
penal brasileiro durante a audiência pública realizada pela Comissão de Defesa
dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira
(13). O tema do encontro foi a banalização das prisões provisórias e o racismo
no Poder Judiciário.
"O sistema (penal) é arquitetado para
exterminar o povo preto. Esta é uma extensão da escravidão. A escravidão foi
abolida formalmente, mas os efeitos estão até agora. O negro é coisificado. A
partir do momento que permito o ingresso (no sistema carcerário) do (ator)
Vinícius Romão sem nenhuma prova, eu nego a ele a condição humana",
avaliou.
Cândido
falou sobre os desrespeitos cotidianos à cidadania dos negros e lamentou que,
após décadas de lutas e debates, temas como estes ainda não tenham sido superados
pela sociedade. Um dos problemas citados é a diferença da abordagem policial
dirigida a brancos e a afrodescendentes. "Será que vou ter que andar de terno todo o dia para não ser vítima do
racismo? Vou ter que sustentar uma cidadania estética? Quando eu andar de
chinelo, vou ter que ficar preocupado com o policial?", declarou.
Marcelo
Freixo, presidente da comissão, concordou com o advogado. "A questão racial é lamentavelmente central.
O racismo é muito maior do que uma declaração racista. Ele está nas entranhas
das nossas instituições. É só visitar as unidades prisionais do Rio de Janeiro",
argumentou.
Via
Blog do Marcelo Freixo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!