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Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia tratou de projeto que pretende restringir concessões. Foto: Marcelo Bertani/ALRS |
Os
ativistas da democratização da mídia mobilizam-se em todo o país para coletar
1,5 milhão de assinaturas e viabilizar o ingresso de projeto de lei por
iniciativa popular no Congresso Nacional. A intenção é regulamentar artigos
constitucionais que já dispõem sobre os direitos da comunicação e dos cidadãos
quanto ao acesso aos conteúdos produzidos pelas emissoras.
Além de mexer nos interesses das sete famílias donas dos principais grupos comunicacionais do país, o texto pretende restringir as concessões evitando que religiosos e políticos continuem sendo donos de emissoras de rádio e televisão. No Rio Grande do Sul, o projeto foi apresentado em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande Sul (AL-RS), nesta quarta-feira (10).
Além de mexer nos interesses das sete famílias donas dos principais grupos comunicacionais do país, o texto pretende restringir as concessões evitando que religiosos e políticos continuem sendo donos de emissoras de rádio e televisão. No Rio Grande do Sul, o projeto foi apresentado em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande Sul (AL-RS), nesta quarta-feira (10).
Elaborado
pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o projeto prevê
normas apenas para a comunicação eletrônica. Não se trata, segundo o FNDC, de
regulamentar internet, revistas digitais ou redes sociais, mas de,
especificamente, alterar a distribuição das concessões de rádio e televisão no
país. “Não é o fantasma da censura à liberdade de imprensa como alguns dizem,
mas a garantia de que se cumpra o que já está previsto na Constituição.
Promoção da diversidade cultural, equilíbrio dos setores da comunicação,
conteúdos anti-discriminatórios e garantir o direito à comunicação aos
cidadãos”, explica a representante do FNDC, Eliane Silveira.
Entre
as normas, está previsto que 33% dos canais de rádio e televisão devem ser
públicos, sendo metade deste percentual para grupos comunitários. Os canais
públicos devem ser independentes de governos, mas as gestões públicas devem
criar editais para garantir espaço para os movimentos sociais nas mídias. O
texto também diz que 80% das cidades brasileiras têm que receber o sinal dos
canais públicos e comunitários, para garantir a inserção de um novo conteúdo na
vida das pessoas.
Questão
vital para sobrevivência dos grandes e pequenos grupos de comunicação, a
distribuição das verbas publicitárias dos governos e a influência do poder
econômico no oligopólio da comunicação também seriam regulamentadas se aprovado
o projeto de iniciativa popular da FNDC. “A ideia é que se crie um fundo
público para a comunicação em que 25% dos recursos sejam para os canais públicos
e 3% da propaganda dos canais privados sejam para sustentação do fundo”, disse
Eliane Silveira.
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Em 2002, 62,63% das verbas de publicidade do governo Dilma foi investido em televisão. Globo, sem contar seus canais pagos, obteve 43,98% das verbas/ Fonte; SECOM Presidência da República |
Neste
ponto, o representante da Mídia Ninja, Ney Hugo, salientou que até mesmo
governos de esquerda, que sempre defenderam a quebra do monopólio da comunicação,
se vêem reféns das grandes empresas. “Algumas políticas públicas positivas e
importantes para certas regiões não são exploradas como pauta pelas grandes
empresas, que não assumem suas posições políticas mas trabalham com clara linha
ideológica. Isso faz com que os governos de esquerda tenham que injetar muitos
recursos em publicidade nestes grandes canhões para ver alguma coisa sair”,
contextualizou.
Se
aprofunde sobre o assunto aqui
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