![]() |
Deputado João Campos (PSDB - GO) diz que a PEC 99/11 permitirá uma ampliação da cidadania |
A
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, nesta
quarta-feira, 27, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 99/11, de autoria
do deputado João Campos (PSDB-GO), que dá às organizações religiosas de
abrangência nacional o direito de entrarem com Ação Direta de
inconstitucionalidade (ADIN) sobre alguma lei que julguem ferir os preceitos
constitucionais junto ao Supremo Tribunal Federal – STF.
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, o Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil, assim como também a Convenção Batista Nacional, podem,
por exemplo, ser citadas entre essas entidades.
A PEC ainda será analisada por uma comissão especial e, posteriormente
será colocada em votação em dois turnos pelo plenário.
De
acordo com o autor do texto a PEC 99/11 permitirá uma “ampliação da cidadania e
do acesso à Justiça”. Diz ainda que há temas que dizem respeito unicamente as
instituições religiosas, como por exemplo, a imunidade tributária, a liberdade
religiosa, o ensino religioso facultativo, etc. Nesse sentido, afirmou ele “se
tivermos em algum momento alguma lei que fere um desses princípios não teríamos
como questionar isso no Supremo. Com a proposta, estamos corrigindo uma grave
omissão em que o constituinte incorreu ao deixar essa lacuna”.
A
Constituição Federal de 88, em seu artigo 103, estabelece que podem entrar com
ADiN no STF uma série de entidades: representantes do Poder Executivo e do
Poder Legislativo nacional e estadual, entidades de classe nacionais e partidos
políticos com representação no Congresso.
Ao
analisar o que está exposto na CF/88 verifica-se que todas as instituições que
ora podem propor esse tipo de ação possuem algo em comum. Elas possuem seus
representantes eleitos democraticamente pelo voto direto do povo. São, desta
feita, instituições democráticas e com mandato popular para exercer função
política.
É
preciso dizer que o texto do deputado tucano pretende atribuir um status de
instituição política a organizações religiosas com amplitude nacional. Nesse
cenário, a PEC referida se propõem fazer com que a carta magna nacional possa
vir a reconhecer um mandato político as organizações de cunho religioso,
podendo, inclusive se transformar em partidos políticos para atuar nas decisões
do estado.
A
proposta caminha num sentido que ferirá ainda mais o já fragilizado estado
laico que foi uma conquista da democracia, da república. Com ela essa conquista
sofre mais abalos, como vem sofrendo em um ritmo absurdo, cito a escolha do Marco
Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos como um dos exemplos
mais notórios que só reforça a tese de tomar o poder sem ser pela via da
democracia, utilizando a fé do dos fieis como o caminho mais fácil para se
autopromoverem e em benefícios de seus grupos. (Texto da redação do INFORMAÇÕES EM FOCO).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!