Barroso fecha o ano no TSE afirmando que ‘instituições resistiram e afastaram o fantasma do retrocesso’

Em fevereiro, Barroso passará o cargo para Fachin. (FOTO/ Reprodução/ TSE).

No fechamento de 2021, ano marcado por embate entre Executivo e Judiciário sobre a modalidade de votação, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, falou sobre democracia e retrocesso. “O atraso rondou nossas vidas ameaçadoramente”, declarou o ministro. “O saldo positivo de tudo o que passamos é que as instituições resistiram e afastaram o fantasma do retrocesso, da quebra da legalidade constitucional, das aventuras autoritárias que sempre terminam em fracasso”, disse ainda.


O governo e seus aliados no Congresso fizeram pressão constante para aprovar o chamado voto impresso já nas eleições de 2002. Um processo marcado, inclusive, por ameaças presidenciais a autoridades eleitorais. Em agosto, a Câmara rejeitou a proposta de emenda à Constituição (PEC) governista, que terminou arquivada.

Nova direção
“Ao longo do ano, tivemos que gastar imensa energia debatendo as questões erradas”, disse Barroso. “Discutimos não retornar ao voto de papel quando precisávamos estar discutindo, em matéria eleitoral, a democratização dos partidos, que não podem ter donos ou comissões provisórias eternizadas.”

Na mesma sessão, Edson Fachin foi eleito presidente do TSE. A posse deverá ocorrer apenas em fevereiro, ao final do mandato de Barroso. Fachin ficará no cargo até 17 de agosto, quando assumirá o ministro Alexandre de Moraes. Que será, assim, o responsável pelo processo eleitoral.
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Com informações da RBA.

Governo Bolsonaro terá de explicar ‘desmonte’ da Cultura em ação da OAB

(FOTO/ Reprodução).

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o governo federal a prestar informações sobre a política nacional de cultura.

A ordem foi dada na quinta-feira, 16, em uma ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que aponta as omissōes do governo e o ‘desmonte’ do setor.

Em seu despacho, Fachin diz que o cenário narrado pela OAB é de ‘extrema gravidade’. O ministro também defende que eventuais ‘violações sistemáticas de direitos fundamentais na seara das políticas de cultura’ devem ter a atenção do tribunal.

“As alegações aduzidas na petição inicial são de extrema gravidade. Em substância, elas combinam elementos que formam a razão de ser do próprio controle de constitucionalidade, a saber, a proteção contra perseguições políticas, contra a censura e contra o desmonte institucional dos aparatos institucionais do Estado”, escreveu.

A notificação foi enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ministro do Turismo, Gilson Machado, ao secretário especial da Cultura, Mário Frias, ao presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, e ao secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura André Porciúncula.

Fachin afirma que, ‘por se tratar de um processo estrutural’, a oitava das autoridades é ‘imperiosa’.

"Os relatos trazidos à colação, ao referirem atos e omissões ocorridos no bojo das políticas públicas de mecenato, da Secretaria Especial de Cultura e da Fundac¸a~o Palmares expõem uma série de litígios que transcendem as esferas individuais dos cidadãos, e guardam relação com o modo como opera a institucionalidade do Estado”, diz outro trecho do despacho.

A OAB entrou com a ação no início do mês e pede que o Supremo declare a política de cultura do governo Bolsonaro inconstitucional. A entidade aponta que o setor está ‘sob ataque’ pelo que chama de uma ‘longa série de atos comissivos e omissivos’. O pedido inicial cita como exemplos a gestão na Fundação Palmares, com obras banidas por motivos político-ideológicos, a paralisação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e a redução de projetos aprovados para captar recursos nos termos da Lei Rouanet.

Depois que presidente, ministros e secretários se manifestarem, Fachin vai aguardar pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para tomar uma decisão. Como o ministro não vai manter o gabinete aberto no recesso do Judiciário, isso só deve ocorrer no próximo ano.
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Com informações do Estadão Conteúdo


63 anos de emancipação política de Altaneira

 

63 anos de emancipação política de Altaneira. (FOTO/ Fabrício Ferraz).

Por Nicolau Neto, editor

O Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na Região do Cariri possui, segundo estimativas de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma população equivalente a 7.650 habitantes e veio a ganhar autonomia política e administrativa no dia 18 de dezembro de 1958 segundo a historiografia contada pelas elites da época e sustentada ainda hoje.

De acordo com as explicações dessas fontes e de alguns populares mais velhos, a formação desse território que posteriormente veio a ser denominado de Altaneira teve início nos anos finais do século XIX, quando os primeiros habitantes começaram a ocupar a área em 1870. Com a fixação e organização desses povos formou-se um povoado que levou o nome de Santa Tereza. Esta posteriormente foi concebida como a padroeira do município. Segundo as mesmas fontes, as primeiras famílias a se estabelecerem na localidade tinham como chefes João Bezerra, Manoel Bezerra, Joaquim de Almeida Braga, José Almeida Braga, além de José Braz, Firmino Ferreira Lima e João Correia de Araújo. O que permite perceber laços familiares no molde patriarcal.

Antes de se tornar independente politicamente o povoado da vila Santa Tereza foi subordinado aos municípios de Quixará (hoje Farias Brito) e Assaré.  A historiografia local, seja por intermédio de fontes orais ou escrita, são poucas e até ineficiente para se ter um relato mais preciso e as que estão a disposição acabam não revelando uma luta pela independência fervorosa e ou, com grandes conflitos armados. O que leva a perceber a necessidade de um estudo mais aprofundado para se analisar a historiografia local.

Levando em consideração esses os relatos, pode-se afirmar que o povoado foi elevado a categoria de distrito pela lei estadual nº 1153, de 22 de novembro 1951, sendo pertencente ao município de Quixará.  Pela lei estadual nº 2194, de 15 de dezembro de 1953, o distrito de Altaneira passou a fazer parte do município de Assaré. Toda via, o ponto auge é atingido somente em dezembro de 1958 quando, de fato, o distrito passa a se tornar município de Altaneira. O Padre David Augusto Moreira é apontado como o responsável pela denominação do Município. Ainda no que toca ao processo de autonomia política, ocorreu em virtude do Projeto de Lei nº. 299/58, cujo o autor foi o Dep. Cincinato Furtado Leite, nome que, inclusive foi dado ao plenário da Câmara.

Segundo as informações de populares mais antigos e de algumas fontes escritas a religiosidade é uma conotação ávida e se faz presente com vigor ainda hoje. Nas primeiras décadas do século passado foram dados os primeiros passos para a construção de uma capela no distrito, sendo que a primeira missa campal se deu em 1937 sob a organização do Padre Joaquim Sabino Dantas.

Durante mais de meio século de história, Altaneira já passou por grandes acontecimentos, a maioria deles ligados a política partidária. Entre o final de 2010 e início de 2011 o município passou pelo momento mais conturbado e complicado da sua curta história. Antonio Dorival de Oliveira, prefeito no período, foi cassado por abuso de poder político (acusado de distribuir vales de combustível durante o processo eleitoral de 2008 com dinheiro público). Em virtude disso, em um período de um ano os munícipes foram as urnas duas vezes, uma em 2011, na eleição suplementar e, outra em outubro do ano seguinte, para elegerem seu novo gestor.

Em 2020, em plena pandemia, a cidade sofreu mais um abalo politicamente e acreditou-se que o município teria em sua curta história mais um caso de prefeito afastado do cargo quando em uma operação secretários e empresários foram presos por suspeitas de fraudes em licitação. A operação recebeu o nome de “Salus.”

Em 63 anos de História nenhuma mulher chegou a ocupar o cargo de prefeita. As mulheres, inclusive, estão ausentes na história tradicional que conta a formação do município, fato que em nada se diferencia dos acontecimentos contados sobre a formação do Brasil. Essa lacuna precisa ser preenchida. Alias muitas lacunas precisam ser preenchidas, a exemplo do papel das populações negras, dos homens e mulheres que não pertenciam às elites políticas e econômicas nesse jogo de poder.

Foucault, por exemplo, um dos filósofos mais estudados quando o assunto é poder, destaca que o poder ajuda a identificar sujeitos. Na relação de poder, os sujeitos atuam sobre os outros sujeitos, estabelecendo uma relação de dominação. Poder é, portanto, dominação. E essa sobrepõe verdade que precisa ser contada e recontada. Nas sociedades capitalistas, quem tem dinheiro tem poder, tem dominação e as impõe. As histórias contadas são as histórias dos “vencedores”, nunca a dos “vencidos”. E é aqui que reside o papel dos historiadores e das historiadoras – o de demonstrar e analisar essas relações de poder. É contar a história por outro viés e lembrar, como constatou o historiador inglês Peter Burke, que nossa função é “fazer lembrar aquilo que a sociedade quer esquecer.”

Governador do Ceará, Camilo Santana, afirma que Sergio Moro "representa o mesmo projeto de Bolsonaro"

 

Camilo participa do Jogo Político. (FOTO/ Thais Mesquita)

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), comentou o cenário eleitoral de 2022 demonstrado nas últimas pesquisas eleitorais. Camilo disse que o pré-candidato Sergio Moro “representa o mesmo projeto de Bolsonaro”. Ele falou ainda sobre uma possível chapa entre Lula (PT) e Alckmin (sem partido) e comentou a viabilidade da 3ª via.

Em entrevista ao programa Jogo Político, do O POVO, Santana defendeu a ampliação do número de projetos para o País como forma de fortalecer a democracia no País. Ao ser questionado sobre a candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o governador disse que ela faz parte do processo democrático, mas que, para ele, “Moro representa o mesmo projeto de Bolsonaro, na mesma linha, e portanto, ruim para o País”.

Com informações do O Povo. Abaixo integra da entrevista.

            

Mateus Aleluia receberá título de Doutor Honoris Causa por universidade da Bahia

 

(FOTO/ Vinícius Xavier/ Divulgação).

Os anos dedicados à pesquisa antropológica e cultural no Brasil e em África, além de sua contribuição à arte através da música renderão à Mateus Aleluia o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A concessão foi aprovada nesta semana e tem peso simbólico pelo artista ter nascido em Cachoeira e iniciado a sua carreira no Recôncavo, mesma região de onde receberá a honraria.

De acordo com publicação feita pela instituição de ensino, o título foi recomendado por uma comissão formada pelos docentes do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), Armando Alexandre Costa de Castro, Mariana Balen Fernandes, Anderson Fabrício Andrade Brasil, Fábio Leão Figueiredo e Mariella Pitombo Vieira.

A universidade ressaltou os feitos do artista,que levaram ao reconhecimento de Doutor. Mateus Aleluia, junto ao amigo Dadinho, foi responsável pelo perfil artístico ideológico dos "Tincoãs", considerado o primeiro grupo vocal a expressar, na história da Música Popular Brasileira, a herança cultural – musical e linguística – de diferentes povos africanos que chegaram ao Brasil. Os dois músicos, a partir de 1983, passaram a viver em Angola. Nas duas décadas que viveram por lá lançaram o último disco dos Tincoãs, mas foi à pesquisa antropológica e cultural que Mateus dedicou grande parte do seu tempo.

Aleluia ainda foi contratado pela Secretaria de Cultura de Estado de Angola, viajou o país ao encontro de mestres e mestras dos mais diversos saberes. No retorno ao Brasil, em continuidade à sua trajetória artística, lançou dois aclamados álbuns, ‘Cinco Sentidos’ e ‘Fogueira Doce’, que junto com a obra dos Tincoãs são referenciados como matrizes culturais afro-brasileiras, trajetória que levou a instituição federal à concessão do título.

Pesquisa musical pan-africana

Mateus Aleluia lançou no dia 30 de novembro o seu novo projeto “Nações do Candomblé”. O trabalho é fruto da pesquisa musical pan-africana do artista no Benin, na África Ocidental, e é dividido em duas produções: o álbum “Afrocanto das Nações - Jêje” e o museu virtual homônimo ao título do projeto “Nações do Candomblé”. Nesta fase, o cantor e compositor apresenta seus estudos mais recentes no âmbito da ancestralidade ritualística.

As conexões entre os cantos, práticas e modos de vida advindas dos cultos pesquisados foram alvo da escuta atenta do cantor que criou um álbum de canções inéditas com a sua leitura das relações entre esses cantos e a relação do homem com o sagrado e um museu virtual que apresenta, através de fotografias, vídeos e textos, o material de pesquisa e todo o processo de composição da obra.

O álbum já está em todas as plataformas digitais e o museu pode ser visitado através do link.

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Com informações do Alma Preta.

“Recabano”: projeto propõe recontar a Revolta da Cabanagem em formato de história em quadrinhos

 

Com previsão de lançamento para a próxima quinta-feira (16), o projeto Recabano reconta a “Revolta da Cabanagem” em formato de história em quadrinhos. O movimento foi iniciado em 1835, e teve como principal causa a pobreza extrema que imperava após a independência do Brasil.

A iniciativa é idealizada pelo artista Eber Pirangy e pela apresentadora e produtora Deusa Ísis, e a HQ será disponibilizada gratuitamente através de um link nas redes sociais da Pedra de Fogo Produções. A proposta é de um projeto envolvido em um olhar crítico e futurista sobre a narrativa revolucionária de negros e indígenas apagados pela racismo que impera no Brasil desde a invasão europeia. E é uma das ações da produtora, que tem como proposta agenciar imagem, carreira e agenda dos artistas locais.

Os artistas se articularam para ressignificar e refletir o impacto da Cabanagem por meio de uma ficção de fantasia afrofuturista e amazônica futurista. Disputando memórias, inventando o futuro e ocupando o imaginário nortista. “Nosso foco é resgatar a memória daqueles que lutaram em uma revolução que foi apagada, que colocou o povo preto e indígena em um lugar invisibilizado”, explica Eber Pirangy.

A criação da revista vem ainda com um forte objetivo de fomentar o pensamento crítico acerca das narrativas históricas das insurreições cabanas, levando a percepção de que um contexto de insurgência e revolta persiste ainda presente.

De acordo com a produtora da HQ, Deusa Ísis, a criação da revista em quadrinhos conta a parte fictícia de uma estória que não aconteceu. Mas que segundo os autores, tem o propósito de reconstruir uma imagem sobre o Amazonas e o Pará que de fato reflitam a identidade da população nortista.

Queremos ter o poder de contar a história de nossos antepassados e construir nossa identidade coletiva com o poder das diversas e múltiplas vozes do povo do norte. O contexto histórico e social de tensões consolidam as revoltas da cabanagem e a nossa movimentação cultural enquanto artistas amazônicos, que é uma forma de manter vivo o espírito revoltoso dos cabanos”, finaliza Pirangy.

Revolta da Cabanagem

Cabanagem, Cabanada ou Guerra dos Cabanos foi uma revolta ocorrida entre 1835 a 1840 na antiga província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia). Esse movimento teve como causa a extrema pobreza pela qual a região passava e o abandono político após a Independência do Brasil.

Equipe

O projeto Recabanos nasce na fecunda rede de agentes culturais e coletivos artísticos que emergem nas encruzilhadas de Manaus. Os artistas participantes do projeto se articularam para ressignificar e refletir o impacto da Cabanagem, disputando memórias, inventando o futuro e ocupando o imaginário nortista.

A produção do projeto vem sendo construída desde o início da quarentena, em abril de 2020, situação em que se tornou expressiva a necessidade de artistas e agentes culturais locais se unirem buscando a valorização da cena artística manauara, garantindo a devida e justa remuneração para todos os participantes.

“Recabanos” foi contemplado pelo Programa Cultura Criativa – 2020/Lei Aldir Blanc – Prêmio Encontro das Artes do Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura.

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Por Andressa Franco, na Revista Afirmativa.

Bell Hooks, escritora e ativista, morre aos 69 anos deixando grande legado sobre feminismo

 

Bell Hooks. (FOTO/ Reprodução).

A escritora e ativista bell hooks morreu nesta quarta-feira (15), aos 69 anos. “É com extrema tristeza que a família de Gloria Jeans Watkins confirma a morte de nossa amada irmã, neste dia 15 de Dezembro de 2021. A família honrou seu pedido de descansar em casa com sua família e amigos ao lado“, escreveu sua família em um comunicado.

Gloria Jean Watkins, nome de registro de hooks, publicou seu primeiro livro de poemas “And There We Wept” sob seu pseudônimo em 1978. O nome artístico era uma homenagem à bisavó.

Ao total, Bell escreveu 40 livros publicados em 15 idiomas diferentes. Os temas tratados pela ativista eram feminismo, racismo, cultura, política, papéis de gênero, amor e espiritualidade.

Watkins frequentou escolas segregadas no Condado de Christian, depois foi para a Universidade de Stanford na Califórnia e fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin. O doutorado em literatura, por sua vez, foi na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

O trabalho de bell hooks foi descrito como “a redefinição do feminismo”. Para o jornal “Washington Post”, ela conseguiu ampliar um movimento que muitas vezes era visto principalmente como associado a mães e esposas brancas, de classe média e alta.

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Com informações do Notícia Preta.

Pandemia de Covid causou uma crise de direitos humanos no Brasil

 

Cena de caminhão com ossos e restos de carne em disputa no Rio de Janeiro é um dos retratos da fome no Brasil (Foto: Domingos Peixoto 28.set.2021/Agência O Globo).

O que há para se comemorar no Dia Internacional dos Direitos Humanos em 2021? Hoje, 10 de dezembro, é a data que remete à oficialização da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU (Organização das Nações Unidas). No Brasil e no mundo, enfrentamos uma crise sanitária, que é também uma crise de direitos humanos, sem precedentes.

Aqui, chegamos a mais da metade da população brasileira com o esquema vacinal completo. Não dá para comemorar: as desigualdades internas ainda são marcantes e poucos estados atingiram patamares de vacinação que dão proteção à população. Mais de 615 mil vidas de brasileiras e brasileiros foram perdidas para a Covid-19. Os que aqui estamos, somos sobreviventes.

Milhões de famintos estão na luta por ossos e lixo; o desemprego atinge recordes; há os que estão doentes nas filas do SUS sem previsão de cuidado; há milhões de crianças e adolescentes privados da escola ou sem condições adequadas para retornar ao estudo presencial; a população indígena, as comunidades quilombolas e as comunidades das águas e das florestas estão sendo atacadas; e ainda falta coragem e compromisso a alguns políticos em dar nome às desgraças —eles tentam se esquivar das suas responsabilidades constitucionais de agir em defesa dos direitos de todas e todos.

Os direitos humanos foram negligenciados no Brasil desde o início da pandemia da Covid-19. E essa triste situação de 2020 permanece —inerte e nefasta— nessa retrospectiva que fazemos de 2021. A Anistia Internacional Brasil denuncia a má gestão da pandemia e as negligências do Estado em relação à garantia de direitos, à redução das desigualdades sociais e à formulação e implementação de políticas públicas efetivas para atender a população, especialmente os grupos sociais sistematicamente vulnerabilizados.

Esta população teve os seus direitos violados em diversas áreas, inevitavelmente conectadas entre si —emprego e renda, educação, acesso a medicamentos e equipamentos de saúde, alimentação, moradia, segurança, entre muitas outras. O Estado continua falhando em seu dever constitucional de zelar pelos direitos econômicos, sociais e culturais e solucionar ou mitigar os efeitos de suas violações, que impactam sobremaneira uma parcela expressiva da população, historicamente marginalizada e discriminada.

Estamos falando de desigualdades que, arraigadas no racismo e em outras iniquidades estruturais, tiveram influência sobre as mortes por Covid-19 e sobre todo tipo de sofrimento que atravessa a vida das pessoas no Brasil atual. Por exemplo, falamos das mulheres negras, que já representavam a maior parcela da população pobre do país antes da crise sanitária, e que, durante a pandemia, foram as mais impactadas —38% delas passaram a viver em situação de pobreza.

Não podemos esquecer do desemprego, da evasão escolar, das condições inadequadas de moradia, da violência policial, e de outras mazelas que afetam desproporcionalmente população negra, moradores e moradoras de favelas e periferias, pessoas em privação de liberdade, incluindo jovens do sistema socioeducativo, pessoas em situação de rua, pessoas com condições inadequadas de moradia, mulheres cis e trans, quilombolas, povos indígenas e outras populações tradicionais, trabalhadores e trabalhadoras autônomas, população LGBTQIA+, crianças, adolescentes e idosos.

É por essas pessoas, que precisam viver com dignidade e ter de volta seus direitos, que a Anistia Internacional Brasil lança, hoje, o relatório “Covid-19 e direitos humanos no Brasil: caminhos e desafios para uma recuperação justa”. O estudo reúne múltiplos dados alarmantes referentes à violação de direitos humanos no contexto da pandemia.

São informações relacionadas aos direitos ao trabalho, à educação, à moradia, à saúde, à alimentação, à segurança, ao território e a outros temas. Elas foram coletadas de organismos públicos —como o Ministério da Saúde, a Fiocruz, a Secretaria Especial de Saúde Indígena, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada)— e de monitoramentos feito por coalizões e organizações de sociedade civil —como o grupo do Alerta, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e a Conaq ​(Coordenação de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas). O estudo traz, também, conteúdos produzidos por universidades e instituições de desenvolvimento científico e tecnológico. Além, claro, das informações do consórcio dos veículos de imprensa.

Nós, da Anistia Internacional Brasil, apresentamos um conjunto de recomendações para uma recuperação justa, que só será possível quando as medidas para a superação desta crise de saúde pública e seus impactos sobre a população, especialmente sobre os grupos mais vulnerabilizados, privilegiem o cumprimento dos direitos humanos de todas e todos. O Brasil, como Estado-parte de diversos tratados internacionais de direitos humanos, possui obrigações imediatas relacionadas à pandemia e a temas a ela relacionados ou por ela agravados.

São incontáveis os direitos que foram desrespeitados até aqui. Chegamos ao fim de 2021 devastados e devastadas, mas com a força que precisamos ter para identificar os desafios que persistem no nosso horizonte. Com a campanha Omissão Não é Política Pública, ao longo de 2021, a Anistia Internacional Brasil e outras 19 organizações da sociedade civil exigiram responsabilização pelas mortes evitáveis —e ainda aguardamos que as denúncias apresentadas no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 sejam apuradas pelo Ministério Público Federal. Mas precisamos ir além.

É urgente interromper e reparar as incontáveis violações de direitos humanos causadas por ação e inação do Estado brasileiro. O tempo está passando e é urgente que as autoridades entrem em ação e cumpram suas responsabilidades e deveres. Precisamos de justiça e de uma recuperação justa: abrangente, efetiva e urgente.

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Por Jurema Werneck, na Folha de S. Paulo e reproduzido no Geledés.

Escola Menezes Pimentel tem projeto vencedor no Ceará Científico 2021

 

Kayke e Elizabeth durante a fase de produção de armadilhas. (Foto cedida ao Blog).

Por Nicolau Neto, editor

A Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) divulgou na tarde desta segunda-feira, 13, o resultado dos trabalhos das escolas da rede estadual que foram vencedores da edição 2021 do Ceará Científico Digital.

A ação, segundo a Seduc, faz parte da política de popularização das ciências, cultura e tecnologia do Governo Estadual e tem como finalidade estimular a produção e a dinamização do conhecimento, no contexto da sala de aula, da comunidade e da sociedade, proporcionando a vivência do protagonismo estudantil.

Promovido pela Secretaria Estadual da Educação em parceria com a Seara da Ciência - órgão que está vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC) - o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), esta edição contou com mais de 140 trabalhos distribuídos em nove categorias.

A Escola de Ensino Fundamental e Médio Menezes Pimentel, em Potengi, vinculado a 18ª Coordenadoria Regional de Educação (Crede 18) conseguiu o 1º lugar na categoria “Ciências e Engenharia” com o projeto “Armel: Armadilha Elétrica Contra Mosquitos”. O referido projeto teve como orientador o professor de Física, Rosemberg, e como orientandos/as os/as estudantes Francisco Kayki (2º Ano A) e Elizabeth Nunes (3º Ano A).

A pesquisa visou produzir armadilhas para atrair e matar mosquitos. Um dos artifícios utilizados foi o circuito metálico da raquete. Clique aqui e saiba mais detalhes sobre o projeto.

Indagado pelo Blog Negro Nicolau sobre como se sentiu ao receber o resultado, o estudante Kayki afirmou que foi um “misto de emoções. Mas acima de tudo muitíssimo feliz e grato.” O Blog também perguntou se o resultado já era esperado. “Sim”, disse ele. “Principalmente ao vermos a repercussão que o nosso projeto ganhou após as nossas primeiras apresentações”, complementou.

Contribuiu de diversas formas, principalmente incentivando-me a adentrar nesse universo de pesquisa, nesse mundo científico”, pontuou Kayki ao responder o Blog sobre as contribuições que o projeto trouxe para sua trajetória educacional.

Kayke que acompanhou a transmissão do resultado na tarde de sexta-feira (10) na escola junto ao professor Rosemberg, sua parceira de pesquisa Elizabeth e a coordenadora Aila Simão, é um dos 30 estudantes selecionados para receber uma bolsa de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Abaixo outras fotos:




Em comemoração aos 5 anos da ACICA, Blog de Altaneira publica relação dos 60 Melhores ciclistas

 

Em comemoração aos 5 anos da ACICA, Blog de Altaneira publica relação dos 60 melhores ciclistas. (FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

No último dia 03 do mês em curso a Associação dos Ciclistas de Altaneira (ACICA), entidade responsável pela idealização, organização e realização das principais competições de ciclismo no município,  caracterizado pelo MTB, completou 5 anos.

Para celebrar o feito, o Blog de Altaneira publicou uma relação contendo os 60 melhores tempos durante as competições no Desafio 3 Horas MTB. Segundo o Blog, foi considerado como marco temporal apenas o Circuito Antigo e o Circuito 3 da Trilha Sítio Poças.

Mais de 500 atletas participaram das competições na Trilha Sítio Poças e quase 300 chegaram a participar no Desafio 3 Horas MTB Altaneira. A última edição foi realizada em 28 de novembro deste ano.

Pela relação que está disponível abaixo, é possível constatar os cinco campeões do Desafio (em negrito):

1 - Ruan Jacinto Martins - 10 voltas - 03:12:08 (2014);

2 - José Alberto Nunes Feitosa (Beto Santa Cruz) - 10 voltas - 3:12:58 (2017);

3 - Vanderlei Calista de Melo - 10 voltas - 03:13:10 (2014);

4 - Anderson Barros de Souza - 10 voltas - 3:13:30 (2017);

5. Dhiogo José Correia - Master B1 - 03:16:29 - 10 voltas (2021);

6 - Cicero Carlos da Costa - 9 voltas - 03:05:20 (2014);

7 - Yasser Carlos Silvestre G. Borges - 9 voltas - 03:01:24 (2014);

8 - Kelvyn Kleber Silva do Nascimento - 9 voltas - 03:05:34 (2014);

9 - Armando Antonio - 9 voltas - 03:06:49 (2014);

10 - Gilberto de Sousa Silva - 8 voltas - 03:08:18 (2021);

11 - Wallace Santos Brito - 9 voltas - 03:08:08 (2014);

12 - Luiz Felipe Possiano - 9 voltas - 03:08:40 (2014);

13 - Adenauer Augusto de Alencar - 9 voltas - 03:09:09 (2014);

14 - João Batista Saraiva Lopes Filho - 9 voltas - 3:12:16 (2017);

15 - Cicero Custodio da Silva - 9 voltas - 03:16:24 (2021);

16 - Genilson Mota - 9 voltas - 03:17:32 (2014);

17 - Thiago Oliveira Cavalcanti - 9 voltas - 03:18:29 (2014);

18 - Lucas Ferreira Costa - 9 voltas - 03:19:19 (2021);

19 - Jose Ivanildo de Souza Silva - 9 voltas - 3:19:23 (2017);

20 - Iarbim Souza Andrade - 9 voltas - 3:20:53 (2017);

21 - Francisco Ricardo Rodrigues (Curió) - 9 voltas - 03:20:41 (2014);

22 - Geraldo Feitosa Moraes - 9 voltas - 03:22:54 (2014);

23 - Leonardo Pereira Feitosa - 8 voltas - 02:57:57 (2021);

24 - Jose Alves (Maxixe) - 8 voltas - 02:59:38 (2021);

25 - Antonio Francisco Gomes de Oliveira (Higor) - 8 voltas - 03:00:00 (2021);

26 - Alenio Gomes dos Santos - 8 voltas - 03:00:00 (2014);

27 - Lucas de Brito Moreira - 8 voltas - 3:00:03 (2017);

28 - Leonardo Ademilton dos Santos - 8 voltas - 3:00:08 (2017);

29 - Allef Elias Lopes de Melo - 8 voltas - 3:00:16 (2017);

30 - João Mateus Nunes da Silva - 8 voltas - 3:02:39 (2017);

31 - Marco Melo - 8 voltas - 03:02:53 (2014);

32 - Eduardo Moura - 8 voltas - 03:03:03 (2021);

33 - Antonio Cardoso de Meneses - 8 voltas - 03:03:49 (2014);

34 - Willamy de Sousa Brito - 8 voltas - 03:03:52 (2014);

35 - Rafael Soares Araripe Bispo - 8 voltas - 03:04:12 (2014);

36 - Wellder Adriano Araújo Freitas - 8 voltas - 3:04:39 (2017);

37 - Thiago Oliveira Cavalcanti - 8 voltas - 3:06:31 (2017);

38 - Arnaldo Ferreira Lima - 8 voltas - 03:07:15 (2021);

39 - Evandro Marciel Vieira - 8 voltas - 03:07:22 (2021);

40 - Jose Alves Moreno dos Santos - 8 voltas - 03:07:30 (2021);

41 - Edinaldo Cesar Silva Filho Sub. - 8 voltas - 03:07:41;

42 - João Vidal Saraiva - 8 voltas - 03:08:48 (2017);

43.  Antonio Azevedo de Lucena Neto - 8 voltas - 03:09:06 (2021);

44 - Kelfre Pereira de Santana - 8 voltas - 3:09:49 (2017);

45 - Gustavo Macedo Araújo - 8 voltas - 03:10:24 (2017);

46 - Nardélio Moreira - 8 voltas - 03:13:19 (2014);

47 - Jobson Junior - 8 voltas - 03:13:04.186 (2021);

48 - Damiao Rolim da Silva - 8 voltas - 03:15:11 (2021);

49 - Luiz Felipe Almeida da Silva - 8 voltas - 03:15:59 (2021);

50 - Jose Robério Cardoso Brito - 8 voltas - 3:16:06 (2017);

51 - Paulo Robson Leite de Oliveira - 8 voltas - 03:16:17 (2021);

52 - Alexandre Pereira da Silva - 8 voltas - 3:16:25 (2015);

53 - Vicente Deoclecio de Souza- 8 voltas - 03:16:31 (2014);

54 - James Macedo de Sousa - 8 voltas - 3:16:50 (2015);

55 - Francisco Adeilton da Silva - 8 voltas - 03:17:33 (2021);

56 - Damião de Lima - 8 voltas - 03:18:14 (2014);

57 - Leon Denizart Pinheiro Malaquias - 8 voltas - 3:21:36 (2017);

58 - Jonata Mota - 8 voltas - 03:22:02 (2014);

59 - Agenor Candido de Araújo Junior - 8 voltas - 3:23:35 (2017);

60 - Francisco Diogo Martins Rolim - 8 voltas - 03:25:51 (2014).